O mais forte escudo e salvaguarda para todos os homens, especialmente para as massas contra os tiranos, é a desconfiança daqueles q estão no poder. Se você valoriza a liberdade, então guarde essa desconfiança, apegue-se a ela. Cada rei, cada déspota é o inimigo jurado da liberdade.

– Demóstenes, Filípicas 2:24

Demóstenes, o orador grego, nasceu em 384 A.E.C.. Foi um dos maiores de seu tempo e ainda é um dos maiores hoje. Demóstenes era abertamente contra a campanha de Filipe II da Macedônia, e sua busca por dominar as cidades-estado gregas. Para tanto, externou sua rígida oposição em cartas destinadas para oratória que ficaram conhecidas como as Três Filípicas. Há uma quarta filípica, mas ainda hoje há debates se foi ele mesmo quem escreveu.

Demóstenes conheceu Alexandre da Macedônia, filho de Filipe II, mas não lhe tinha melhor apreço. A rigor, nosso amigo orador era contra qualquer tipo de governo centralizado. Ele se opunha a qualquer tirano, rei, déspota, governador ou qualquer um que represente o poder centralizado. Na democracia de Demóstenes, a democracia seria exatamente segundo a etimologia da palavra e tudo seria resolvido pela população, para a população, já que quem estava no poder só estava interessado em permanecer no poder e não no bem-estar comum.

Sim, Demóstenes seria contra Direita ou Esquerda hoje, pois, para ele, não importa qual parasita está no poder, é apenas mais um parasita, embora essa paráfrase seja minha, mas ainda traduz o pensamento de Demóstenes.

Sim, o mundo no tempo de Demóstenes era outro, e um governo totalmente dependente de voto da população é praticamente impossível, como já não ocorria no tempo dele. Ainda assim, resta a citação acima: nunca confie em políticos, mas é perda de tempo falar isso porque todo tocador de berrante tem o seu próprio gado.

Deveríamos aprender mais com Demóstenes, que tanto e pô que tentaram matá-lo e ele negou aos seus algozes este gostinho se matando envenenado em 322 A.E.C.,  um ano depois de Alexandre da Macedônia ter morrido.