Romênia em Movimento parte 2

Na Romênia, tudo vibra com uma aura de lenda. Castelos surgem como visões; entre a bruma, entre as árvores, entre as páginas não escritas de algum conto que ainda vive no imaginário coletivo. São estruturas que não foram erguidas apenas com pedra e argamassa, mas com medo e fascínio, com amor e sangue, com a matéria mesma dos mitos. E quando a luz toca essas muralhas com sua delicadeza dourada, é como se o tempo curvasse a cabeça em respeito.

Na primeira travessia, sentimos o chamado, aquele sussurro antigo vindo das montanhas, das florestas, das pedras que guardam memórias que não cabem nos livros. Agora, neste segundo movimento, já não somos mais meros observadores. Fomos atravessados. Tocamos, ainda que sem perceber, algo essencial. E é isso que nos faz voltar, não como quem retorna a um ponto no mapa, mas como quem regressa a uma parte esquecida de si mesmo.

Agora, a Romênia se mostra com mais profundidade, como quem confia e se desnuda aos poucos. A luz não apenas revela, ela transforma. O tempo não apenas passa, ele grava, ele marca. Cada frame do vídeo é uma oração silenciosa, um feitiço costurado entre céu e chão. Aqui, a natureza não serve de pano de fundo, ela é personagem principal, é presença viva. Veja os campos dourados se inclinarem sob o vento como fiéis em reverência. Ouça o murmúrio das águas que descem das montanhas como vozes de um coro ancestral. Há algo de sagrado nesse movimento. É algo que não se explica, apenas se sente.

Passamos novamente por vilas escondidas, por caminhos tortuosos onde a modernidade ainda hesita em entrar. Casinhas com telhados que desafiam o tempo, janelas que parecem olhar de volta. Os sinos de pequenas igrejas soam como batimentos de um coração antigo que continua pulsando, ainda que o mundo lá fora siga em outra velocidade. É um mundo onde a infância do tempo ainda brinca pelas ruas de terra, onde as histórias não são contadas em palavras, mas em gestos, em silêncios, em olhares que carregam gerações.

Esta segunda parte, o vídeo é mais do que uma continuação, é uma iniciação. É como se a Romênia, agora ciente do nosso olhar atento, resolvesse sussurrar segredos mais profundos. Ela nos convida a ver não apenas o que é belo, mas o que é essencial. A perceber a alma por trás das formas. A sentir o invisível.

Permita-se, então, não apenas assistir. Permita-se ser absorvido. Porque, no fundo, essa jornada não é pela Romênia apenas. É por dentro de nós. Por dentro do que ainda escapa à razão, mas vibra intensamente no território do encantamento.


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