Cidade turca queima erva mardita e população fica doidona

Meus pais já me alertavam que de boas intenções, a cidade pode ficar emaconhada… ou algo nesse sentido. Vindos das profundezas, meus espiões trazem informações interessantes: vários meganhas turcos resolveram dar fim na erva que passarinho não fuma, a fumaça pegou o sudoeste e afetou a cidade toda, deixando todo mundo pra lá de Ankara.

Arco reflexo? Pessoal lá cantando “maresia… sente a maresia Uuuuuu-hhhuuu”

Tudo começou em uma cidadeca pacata chamada Lice, que fica na província de Diyarbakır, na Turquia, e para você tanto faz porque mal sabe ir em outro bairro onde mora se não for de Uber. Este maravilhoso lugar tem a enorme população de 24.364 habitantes. As pobres almas apenas tentavam viver suas vidas em paz — até que o Estado resolveu dar uma chapada coletiva forçada.

No dia 18 de abril, as autoridades, num momento de inspiração digna de roteirista que ao invés de colocar queijo de Parma no macarrão, colocam farinha (colombiana), decidiram queimar 20 toneladas de  maconha confiscada bem no quintal da cidade. Resultado? Uma nuvem de fumaça digna de festival reggae pairando sobre tudo, por dias. E sim, foi exatamente o que você está pensando: a cidade inteira ficou chapadaça.

A operação, liderada pelo Comando da Gendarmaria do Distrito de Lice, conseguiu o que nenhuma rave jamais ousou: intoxicar involuntariamente crianças, idosos, gatos, galinhas e provavelmente até fantasmas locais com os efeitos da Maria Joana em modo neblina nebulosa, bro! Os moradores relataram sintomas leves, como náusea, tontura, alucinações e o desejo súbito de ouvir Pink Floyd.

Yahya Oger, presidente da Associação Estrela Verde (que combate vícios, ironicamente), explicou o óbvio ululante: “Queimar 20 toneladas de droga no meio da cidade é, veja só, prejudicial.” Ele até usou a comparação com fumantes passivos, como se precisasse justificar que inalar maconha em estado de nuvem é levemente inconveniente para quem só queria pendurar a roupa no varal.

Ah, sim, o Yahya até repostou o evento que foi parar no Twitter:

https://platform.twitter.com/widgets.js

Cinco dias depois, os moradores ainda estavam trancados em casa, não por medo da fumaça de guerra, mas porque o ar tinha gosto de reggae e cheiro de Woodstock, e o rádio só estava tocando SnoopDogg. E, como se a tragicomédia não estivesse suficiente, os oficiais tiveram o capricho de dispor os fardos de maconha no chão para formar a palavra “Lice” antes de tacar fogo, como se fosse um clipe do Racionais rodado errado.

O valor da brincadeira? Algo em torno de 260 milhões de dólares incinerados, literalmente. O combustível para essa fogueira da insanidade? 200 litros de diesel, como se a fumaça da erva não fosse suficiente, era preciso garantir que a atmosfera também se ofendesse.

Mesmo depois de tudo isso, nenhuma queixa formal foi registrada. Talvez porque a população ainda esteja tentando descobrir se tudo isso realmente aconteceu ou foi só um grande delírio coletivo patrocinado pelo Estado.

Ah, sim: quase duas mil pessoas foram processadas nas operações que resultaram na apreensão. E, ao que tudo indica, a única coisa que saiu livre, leve e solta… foi a fumaça.


Fonte: Turkiye Today

4 comentários em “Cidade turca queima erva mardita e população fica doidona

  1. Eu fiquei bastante impressionada quando eu soube que o crematório da Vila Alpina, aqui em SP, é usado pra incinerar drogas apreendidas. Pelo menos ESSA cagada os meganhas daqui não fazem (mais? não sei xD).

    Curtir

    1. Achei fascinante que a tradição de escrever o nome da divisão que fez a apreensão (no caso, o nome do lugar) com a droga é uma prática universal, pelo visto

      Curtir

Deixe um comentário, mas lembre-se que ele precisa ser aprovado para aparecer.