O telescópio que gosta mesmo é do escurinho

Imaginem que vocês querem examinar outros mundos, procurar novas vias, novas civilizações. Tá meio ir audaciosamente aonde ninguém esteve, então, o negócio é apelar para telescópios. A NASA está se preparando para uma nova era de exploração espacial, com um foco particular na busca por planetas habitáveis fora do nosso sistema solar; e, para isso, está desenvolvendo uma tecnologia inovadora que permitirá aos cientistas obterem imagens diretas de planetas distantes, uma tarefa que até agora tem sido extremamente desafiadora difícil para um senhor bagarai.

A tecnologia em questão é o Roman Coronagraph Instrument, que será instalado no Nancy Grace Roman Space Telescope. Este instrumento é projetado para bloquear a luz das estrelas, revelando planetas que estão escondidos pelo brilho de suas estrelas-mãe. Expliquei muito, certo? Só que não!

O Roman Coronagraph é um sistema de prismas, detectores e até espelhos especialmente construídos para bloquear o brilho das estrelas distantes e processar os possíveis planetas em órbita ao redor delas.

Este instrumento é uma parte crucial do Nancy Grace Roman Space Telescope, outrora conhecido como Wide Field InfraRed Survey Telescope (WFIRST). Trata-se de um observatório espacial projetado para resolver questões essenciais nas áreas de energia escura, exoplanetas e astrofísica infravermelha.

O telescópio é baseado em um espelho primário de campo amplo existente de 2,4 m e carregará dois instrumentos científicos. Um deles é o Wide-Field Instrument (WFI), uma câmera multibanda visível e infravermelha próxima de 300,8 megapixels, proporcionando uma nitidez de imagens comparável à alcançada pelo Hubble Space Telescope sobre um campo de visão de 0,28 graus quadrados, 100 vezes maior do que as câmeras de imagem no Hubble.

Os dois espelhos flexíveis dentro do Coronagraph são componentes-chave. À medida que a luz – que viajou dezenas de anos-luz de um exoplaneta até aqui – entra no telescópio, milhares de atuadores se movem como pistões, mudando a forma dos espelhos em tempo real. A flexão desses “espelhos deformáveis” compensa pequenas falhas e mudanças nas ópticas do telescópio. As mudanças nas superfícies dos espelhos são tão precisas que podem compensar erros menores que a largura de uma das fitas de DNA.

Antes de sua viagem, o Roman Coronagraph passou pelo teste mais completo de suas habilidades de bloqueio de luz estelar – um processo que os engenheiros chamam de “cavando o buraco escuro”. No Espaço, esse processo permitirá aos astrônomos observarem a luz diretamente de planetas ao redor de outras estrelas, ou exoplanetas.

Uma vez demonstrada no Roman, tecnologias semelhantes em uma futura missão poderiam permitir aos astrônomos usarem essa luz para identificar produtos químicos na atmosfera de um exoplaneta, incluindo aqueles que potencialmente indicam a presença de vida.

3 comentários em “O telescópio que gosta mesmo é do escurinho

  1. Eu nunca consegui entender as aulas de óptica no colégio, mas achei bem legal esse aparelho. Ainda bem que eu fui fazer Letras.

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