Arábia Saudita diz que reduzir petróleo é fora de cogitação, se ferra aí

Se você acompanha os noticiários, deve estar sabendo que está rolando a COP28. COP significa “Conferência das Partes”, em que as chamadas “partes” são os países que assinaram o acordo climático original da ONU em 1992, parta depois ignorarem solenemente. Eu me lembro da ECO92. Muito blábláblá, exército na rua para garantir segurança e… só. Agora, está rolando o 28º encontro, e já sabemos o que vai ser resolvido, não sabemos?

Vou dar uma pista.

O ministro da Energia da Arábia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman – que, por sinal, é meio-irmão do príncipe herdeiro do reino que o Guga Chacra insiste em chamar de ditadura – disse algo como “aqui comigo, não, mermão” (em árabe deve ficar mais legal). O fato da Arábia Saudita ser o maior exportador de petróleo pode, talvez, quem sabe, I dunno, ter algo a ver com isso, mas… nah, deve ser alguma coincidência.

O Secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, havia mui respeitosamente pedido uma eliminação total dos combustíveis fósseis, alertando que um “desastre completo” aguarda a humanidade em sua trajetória atual. Abdulaziz respondeu que, no que depender da Arábia Saudita, não vai haver nenhuma redução e muito menos eliminação gradual dos combustíveis fósseis.do alto do seu pragmatismo árabe, ainda completou “e garanto que nenhuma pessoa – estou falando de governos! – acredita nisso.”

É, meu amiguinho. Nem eu acredito que vão fazer isso. Ainda mais que

O próprio presidente da conferência – o sultão Al Jaber, representando os Emirados Árabes Unidos – falou que “não há ciência por trás das demandas pela eliminação gradual dos combustíveis fósseis”, emendando que uma virtual eliminação gradual de carvão, petróleo e gás levaria mundo “de volta às cavernas”.

Pelo menos, o mundo dele, porque se/quando/talvez acabar o petróleo do Golfo Pérsico, os países árabes cairão de vez pra barbárie, e olhem que não estão muito longe disso, ainda mais que eles praticamente ainda vivem num regime tribal, com reinos governados pela Sharia, as leis baseadas no Alcorão.

Cerca de 200 países devem chegar a uma decisão de consenso na reunião em Dubai, realizada no final do ano mais quente já registrado, mas no fundo é irrelevante. Assim como na ECO92, vão chegar em qualquer consenso que seja. Seguir o consenso é outra história, e olhem que já estão assinalando que não vai ter consenso nenhum.

Em resumo, vai ficar tudo mais do mesmo e George Carlin, das profundezas do Inferno, irão repetir suas próprias palavras: “O mundo vai ficar ótimo. As pessoas que estarão fodidas”


Fonte: France24

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