
O mundo está maluco, sabemos disso. Agora, tudo ofende os ofendidos profissionais, que farão de uto para se ofenderem profissionalmente, apelando para instituições que defendem ofendidos profissionais, mesmo que aqueles que seriam (em tese) os reais ofendidos acham de boas. Um exemplo disso é o CONAR, um órgão ridículo sem poder nenhum mas que usa e abusa dos poderes dos seus amiguinhos para barrar propagandas absurdamente ofensivas às moral e bons costumes da nossa sociedade .
Lembram do artigo sobre o Código dos Quadrinhos? Pois é. A regulação era entre os próprios estúdios. Não tinha força de lei. Ninguém era obrigado a seguir. A autorregulação draconiana mais parecia para ferrar os concorrentes e manter os amiguinhos sendo amiguinhos. Sabem quem é assim, também? O CONAR.
CONAR É o Conselho Nacional de Autorregulação Publicitária, que por algum motivo não tem o P de “publicitária” no acrônimo. Acho que é porque querem mais regular do que publicitar. Como toda ONG, o CONAR e nada é a mesma coisa, mas fica pegando no pé de um monte de propagandas brasileiras, enquanto lá fora as marcas só faltam se matar com uma provocando a outra, dando esta MARAVILHOSA guerra entre montadoras de veículos

Os fãs de cada marca adoraram, mas estas peças publicitárias JAMAIS seriam permitidas pelo CONAR, o que, como falei, não faz a menor diferença, já que CONAR não tem poder nenhum. O super-poder do CONAR é encher o saco, como no caso da propaganda da Volkswagen para a nova Kombi elétrica, com a Naria Rita dirigindo, ao que aparece a Kombi antiga com a falecida Elis Regina, mãe da Maria Rita, ao volante. Alguns desocupados denunciaram a Volks ao CONAR porque era INADMISSÍVEL a Elis Regina aparecer (via IA) cantando uma música que se opunha à ditadura militar num comercial da Volks, já que esta apoiava a Ditadura.
E se fosse a FIAT? poderia? Não porque a FIAT apoiou o Fascismo Italiano. Porsche? Olha, lembra daquele carrinho preto maneiro? Pois é. E a Hugo Boss? Eles fizeram lindos outfits pretinho básico, com uns relâmpagos prateados na gola. Todas as empresas na Alemanha Nazista ou apoiavam o regime ou eram fechadas, nacionalizadas e os donos iam dar um rolê em certas comunidades para serem trabalhadores não-remunerados.
O DETALHE: A Maria Rita não estava ofendida. Quem se ofendeu é um bando de anônimos.
Segundo os desocupados do CONAR, os consumidores questionam se é ético ou não utilizar IA com o objetivo da propaganda, apontando questões sobre o “respeito à personalidade e existência da artista, e veracidade”.
Repetindo: a filha, FILHA!, não achou nada demais. Mas e se fosse uma sósia, poderia?
A representação ainda questiona se, com a propaganda da Volkswagen, há a possibilidade de causar confusão entre ficção e realidade para algumas pessoas, principalmente crianças e adolescentes.
Número 1) Adolescente não conhece Elis Regina, nunca ouviu uma música dela e é bem capaz de sequer ter ouvido uma música da filha
Número 2) Foda-se, irmãozinho. Se você é um adolescente que não sabe a diferença entre a realidade e ficção, é problema seu e do seu terapeuta. Ah, e os filmes da Marvel não são reais, ok? Beijunda;
Não satisfeito, o CONAR ainda se irritou com o trailer do filme da Barbie, que me pareceu, segundo o CONAR, um documentário e não um filme sobre uma boneca que vive num mundo cor de rosa. Segundo os desocupados, representação concedeu liminar parcial, levando em conta que o teaser está em exibição ostensiva para o público infantil e com cenas de não-urbanidade, ausência de boas maneiras ou ato violento/inseguro.
Violento e inseguro… filme… da… BARBIE!
Para infelicidade do CONAR, eles não tem poder de censura e não podem banir o filme, só a propaganda. Aliás, como funciona mesmo o CONAR? Um monte de publicitariozinho hipster que quer fazer bonito cozamiguinhu e eles mesmos tiram do ar, caso contrário não são chamados pros coquetéis de outros hipsters para mostrar o quanto são engajados e quem PAGOU pela propaganda fica sem o dinheiro e sem a veiculação.
Curiosamente, as propagandas eleitorais não são tocadas pelo CONAR, porque eles não querem arrumar briga com político, deixando pro TSE resolver. Político pode falar qualquer merda, apelar para as maiores baixezas, que aí pode,. Não pode é filme de boneca. Estou bem percebendo.
A CNN entrou em contato com a Volks e com a Warner para saber a posição deles e eles cagaram e andaram solenemente, que é o certo a ser feito, já que gringo está pouco se fodendo pro que ofende o coração de um monte de brasileiro tosco. A certeza é que foram os concorrentes que denunciaram, porque é assim que funciona no Brasil: não existe concorrência, existe cartelização, e se você não se alia ao cartel, impedem o seu trabalho, e se bobear, colocam a cabeça de um cavalo na sua cama.
No mundo CONARzístico, esta peça da W/Brasil, do genial Washington Olivetto jamais iria ao ar, e ainda tentaria processar a Folha por apoio ao Nazismo:

Eu acho muito interessante acompanhar em alguns fóruns internacionais as discussões sobre essas propagandas que tem “briga” entre as marcas. Como você disse, todos veem como algo natural e ainda botam mais lenha na fogueira. Já na nossa amada república, vira uma confusão. Talvez se aos poucos as pessoas forem se acostumando com esse tipo de anúncio, fique menos chocante. Mas aí os gloriosos “órgãos protetores” terão que permitir primeiro a exibição…
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Queria saber como que a opinião dos consumidores sobre determinada peça publicitária chega aos ouvidos do Conar. Eles saem perguntando pras pessoas na rua, é isso? Ou eles sentem que representam a maioria da população? E outra: “…há a possibilidade de causar confusão entre ficção e realidade para algumas pessoas, principalmente crianças e adolescentes.”
Meu, isso é o Conar afirmando claramente que as pessoas são idiotas, e que pais são incapazes de ensinar os filhos adolescentes o conceito de realidade e ficção (que são idiotas, ok. Reconheço que nessa eles acertaram, a César o que é de César). Pra mim, essas são desculpas esfarrapadas pra mascarar o real motivo por tras do cancelamento desse anúncio.
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