A cada dia surge uma nova técnica para fechar buracos abertos por cirurgiões. Tudo bem que alguns desses buracos não foram abertos pelos cirurgiões malvados. Quando soube disso, ser cirurgião perdeu toda graça pra mim. Damn!
Entre colas, suturas e fitas adesivas, qualquer técnica que ajude a fechar o que não deveria estar aberto é sempre bem-vindo. Com base nisso, pesquisadores do MIT desenvolveram uma fita adesiva estilo dupla-face que não só junta os tecidos, como aproveita e liga dispositivos médicos implantáveis ??ao corpo.
O dr. Xuanhe Zhao é professor do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia de Massachussets. Sua pesquisa envolve design de materiais maleáveis, sujeitos a grande deformação, sem, contudo, ter instabilidade estrutural, focando em bioadesivos, hidrogéis e películas capazes de ação de tensionamento sem se quebrar ou romper. Algio muito bem a propósito quando se trabalha com o corpo humano (mas pode ser um prédio, também)
Zhao e seus colaboradores tomaram por base materiais que são adesivos naturais, como teias de aranha, grudentas por natureza (as teias, não necessariamente as aranhas). Materiais como os das teias são pegajosos, independente em condições de umidade alta ou baixa, mesmo variando temperatura e pressão. Quais são as características físicas e químicas que proporcionam isso? E – melhor ainda! – como podemos fazer nossos próprios materiais com características semelhantes, mas com alguma alteração para que fique perfeito perante nossas necessidades.
A nova fita é um polímero (óbvio!) à base de ácido poliacrílico, capaz de absorver a água da superfície do tecido e formar uma ligação temporária. Outras substâncias presentes na fita formam ligações muito mais fortes com as proteínas do tecido, e todo esse processo de aderência leva apenas cinco segundos.
Vamos ao videozinho
Só precisamos saber se isso será um ou apenas mais uma forma de sutura-que-não-é-sutura.
A pesquisa foi publicada no periódico Nature.