Combinação de remédios ajuda a controlar convulsões graves em crianças

Se eu perguntar para vocês quais as principais ocorrências em crianças que requerem carregar para o hospital, vocês citarão acidentes de vários tipos de natureza. Já em termos de emergência neurológica, possivelmente vocês não saberão, mas efetivamente são as crises epiléticas. As crises epilépticas podem se apresentar ou sob a forma de crise convulsiva (o que chamamos de “ataque epiléptico”) e a crise do tipo “ausência”, que é como se puxassem a tomada da criança e ela desligasse, ficando com o olhar fixo, nem sempre facilmente percebível.

No caso das convulsões, temos um problema seríssimo, pois cerca de 5% das crianças afetadas morrem ou podem escapar com vida, mas com complicações a longo prazo causadas por danos cerebrais. Não, convulsões não são brincadeira.

O dr. Stuart Dalziel é professor de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade de Auckland e do Hospital Infantil de Starship, ambos na Nova Zelândia. E não, ele não tem hobbits lhe assessorando nas cirurgias, engraçadinhos.

Dalziel, que parece nome de algum demônio sob as ordens de Belzebu, e seus colaboradores estudaram e compararam a ação da fenitoína, uma droga anti-convulsionante, com o novo levetiracetam um outro medicamento anticonvulsivo, o qual é utilizado rotineiramente como medicamento diário para prevenir convulsões, mas não havia sido testado para o tratamento de convulsões prolongadas graves.

Em convulsões severas, costumam fazer uso de benzodiazepínicos, mas mesmo este só interrompe as convulsões em 40 a 60% dos pacientes, ficando a fenitoína uma droga de segunda linha, tipo uma auxiliar ou remédio-estagiário, pau pra toda obra.

Samael, digo, Dalziel e seu pessoal descobriram que, quando administrados individualmente, os remédios são tão bons quanto quaisquer outros, com ambos tendo uma taxa de sucesso variando entre 50 a 60%), para interromper uma convulsão prolongada. Entretanto, ao se combinar dois remédios, um após o outro, a taxa de sucesso de parar uma convulsão para aproximadamente 75%, o que é bem considerável!

A principal diferença nessa técnica é que, se antes as crianças precisavam de um tratamento especial, como serem sedadas, entubadas, colocadas num ventilador e observadas sob cuidados de terapia intensiva, a administração dos dois medicamentos combinados mostram uma técnica mais fácil, com menores passos, sem a necessidade de entubadas as crianças, garantindo uma qualidade melhor no tratamento, com menor sofrimento para elas.

A pesquisa foi publicada no The Lancet.

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