Todo dia sai notícia sobre grafeno. Eu já nem me interesso mais em divulgar essa bosta, pois grafeno faz tudo… menos sair do laboratório. Sendo assim, vamos dar uma olhada em outros materiais para saber o que andam fazendo de legal por aí, como é o caso de uma tese de doutorado que propõe o uso de nanofibras para cicatrização de fraturas ósseas. Legal, não?
Jani Holopainen é químico (com ele a oração e a paz). Infelizmente, seus midichlorians não são em quantidades apreciáveis para ele ter página própria, então, ele tem que dividir seu nome com outros químicos (com eles o Poder e a Glória!) do Laboratório de Química Inorgânica do Departamento de Química da Universidade de Helsinki, que fica em Helsinki, Finlândia, mas sem Papai Noel ou duendes.
A pesquisa de Holopainen se baseia no desenvolvimento de biomateriais fibrosos, com película fina. É tipo um “celofane” fibroso que não sofrerá rejeição pelo seu corpo. Essa película é formada por fibras em escala nanométrica (“nanofibras”, sacou?).
Essas nanofibras são construídas de forma a formarem um suporte para que as células ósseas cresçam em volta. Esse “esqueleto” de nanofibra acaba indo embora com o tempo, as células ósseas estarão lá, formando o osso novamente e tudo muito bem, tudo muito legal, seu membro está novinho em folha (estou me referindo ao membro que efetivamente tenha osso dentro).
Como em Helsinki não basta ir pra um banheirão chupar qualquer um para ganhar um doutorado, Holopainen idealizou não só a técnica, mas projetou uma máquina para produzir fibras de hidroxiapatita, um mineral cristalino à base de fosfato de cálcio, o mesmo fosfato de cálcio que está nos seus ossos. Risco de rejeição por causa da substância química? Zero.
Os protótipos dos equipamentos utilizados na pesquisa foram fabricados no próprio Departamento de Química, afinal, se você quer algo bem feito, mande um químico fazer. Só falta agora escalar o sistema de produção de forma que seja produzidas grandes quantidades dessas fibras, que já se provaram funcionar muito bem (CHUPA, GRAFENO!).
Quer saber mais? Que tal ler a tese do sujeito? É DIGRÁTIS!