As fronteiras intocáveis da Vida são vistas pela primeira vez

Imagine se você pudesse ver o limiar da vida. Imagine que você pudesse mergulhar tão fundo, num reino tão desconhecido e até agora invisível. Imagine que você pudesse chegar aos limites de um ser vivo. Imagine bactérias tão minúsculas que as outras bactérias seriam gigantes perto delas. Foi exatamente isso que o pessoal do Universidade da Califórnia e do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley viram.

Se o poder de um deus é poder ver a vida em seu estado mínimo, podem fechar as religiões. Não precisamos mais delas.

A drª Jill Banfield, além de ter aparência de vilã do James Bond é pesquisadora do Departamento de Ciências Ambientais da Universidade da Califórnia. Depois de evocar os Antigos Espíritos do Mal, arriar 3 despachos, oferecer um guerreiro do povo inimigo a Cuculmatz em sacrifício e pular 7 vezes as ondas no Reveillon, botou os estagiários pra ralar e, assim, conseguiram as primeiras imagens de ultramicroscopia de bactérias menores que a sua chance de conseguir um encontro íntimo com a Scarlet Johanson.

Ok, tudo bem. A bactéria é gigante comparada às suas chances com a ScarJo.

Para vocês terem uma ideia, as bactérias encontradas têm 0,009 μm3. Sabe quanto é isso? Tomemos um mícron: 1 μm = 10–6m ou seja, pega um milímetro e divida por mil. 1 mícron cúbico é um cubo com 1 mícron de lado. Essa porcaria de bactéria tem um tamanho inferior a um centésimo de mícron cúbico, ou seja, 150 dessas queridinhas aí caberiam tranquilamente dentro de uma célula de Escherichia coli. No sistema de dimensões usados por jornalistas, isso consegue ser menor que um salário mínimo.


Tá vendo aquele traço pretoi? É o equivalente a 100 nanômetros ou 0,1μm

Essa coisa aí possui três filos que não se sabe muito. Aprender mais sobre os organismos destes filos poderia lançar luz sobre o papel dos micróbios no clima do planeta (sim, isso mesmo! Bactérias vivem em nuvens em fazem chover! [1] [2] [3] [4])o nosso abastecimento de comida e água, e outros processos-chave. Essas bactérias são detectadas em muitos ambientes e desempenham um papel importante nas colônias microbianas e ecossistemas. O problema é que os cientistas sabem muito sobre elas.

Meh, por que eu tenho que saber sobre esta coisa insignificante aí? Estou a muitos anos sem usar isso pra nada, assim como a fórmula de Bháskara.

Sabem aqueles filtros? Pois é, eles não filtram essa gracinha, que nem se sabe o quão são patogênicas, já que seus genomas são ridiculamente pequenos, mas é um DNA desses que pode estragar de vez o seu dia.

Como isolar isso é muito, muito difícil. Os pesquisadores coletaram água subterrânea em em Rifle, Colorado. Com o auxílio de filtros sucessivamente menores, até 0,2 microns, que é o tamanho utilizado para esterilizar a água. A água parecia estéril, mas congelando a bagaça a –272 ºC, garantiu que o que estivesse lá ainda se manteria intacto, levando os gelos para o laboratório, com todo cuidado, pois seria bem capaz de algum retardado pegar aquilo e colocar no refrigerante para beber..

As amostras congeladas foram transportados para Berkeley Lab, onde usaram microscopia crio-eletrônica em 3D. As imagens revelaram duas coisas. Primeiro que as células estavam em plena divisão, o que indica que as bactérias eram saudáveis. O segundo é que Ciência de verdade parece mais esquisita que os "Enhance" dos filmes de CSI.

A pesquisa, publicada na Nature Communications, s mostra que a  Ciência é capaz de ver os limites da vida, enxergar o inimaginável, transpor quaisquer fronteiras, tocar o que jamais os fluxos de substâncias neuroquímicas e fluxos de elétrons poderia conceber dentro de nossos cérebros, pois nenhum de nós seria capaz de imaginar essas coisas.

Sim, Einstein, você errou. O Conhecimento vale sempre mais!

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