Os sabores do solo marciano

Uma das principais pesquisas quando se estuda um planeta é saber do que é constituído seu solo. Saber da natureza mineralógica do lugar explica muito de sua formação e das forças atuantes nele. Com Marte não seria diferente, mesmo porque é mais fácil estudá-lo do que enviar para o planeta-de-TPM, Vênus.

O Deus-Guerreiro, vermelho de raiva, entrega muito a contragosto seus segredos a Roboy Curiosity, o robozinho amigo, de forma que possamos saber mais sobre a formação geológica de lá.

Foi dado início a uma série de ensaios e análises do solo marciano. Dotado de um sistema de análise química e mineralógica (CheMin), A Curiosity começa a saber um pouco mais sobre onde pisa.

Para o dr. John Grotzinger, do Departamento de Ciências Geológicas e Planetárias da Caltech, "estamos atravessando um limiar importante para esta missão usando CheMin em sua primeira amostra". Segundo o bom cientista que tem pedras na cabeça, o instrumento nos dá um método mais preciso para a identificação do que os que foram utilizados até hoje. Mesmo porque, seria extremamente estúpido usar algum equipamento inferior, apesar de ser mais barato mandar um estagiário até lá (sem pagar a passagem ou o lanche) e fazer o serviço, o que me lembrou de meus áureos tempos como estagiário do laboratório de Química do Museu Nacional, lá pela faixa do Terciário-Cretáceo.

O processo empregado não tem a facilidade e presteza de como vemos nos filmes, onde colocamos uma amostra numa máquina e a tela do computador cospe um monte de letrinhas com as composições da amostra. Primeiro, os braços robóticos escavam, depois trituram e levam à peneira para serem… bem, para serem peneirados. Impurezas são retiradas e medidas as granulometrias de cada grão encontrado, separando-os por ordem de tamanho.

Depois de ter sido coletado, triturado, avaliado, peneirado, registrado e separado, a amostra é fornecida ao CheMin, vai ser analisado, avaliado, rotulado e classificado. A taxa é duplamente alta por causa das duas luas, mas não precisa de identidade. O conjunto é submetido à técnica de Difração de Raio-X, onde a amostra é bombardeada com raios-X, de forma a ver como é o retículo cristalino entre outras coisas. É como você pegar um lenço de linho e colocá-lo contra o Sol, onde você poderá ver as tramas do tecido e se há alguma imperfeição. Os raios-X passam pelos espaços intersticiais do retículo e são ricochetados quando dão de cara com os átomos. Ao passar, eles "desenham" como é esse retículo e quais as suas características. Maiores informações AQUI.

A técnica de difração de raios-X não só nos dirá quais os minerais presentes no solo marciano, como também a maneira que foi formado, mas isso leva tempo. Novamente, devo dizer que isso não é filme do CSI. Dependendo das características do solo, cientistas poderão intuir qual a probabilidade de aparecer vida, o que iria depender unicamente da química desse mesmo solo, além do mesmo ser um registro se  tal evento de fato aconteceu.

De repente, com uma ajudinha azul num dia entediado.


Fonte: Mãe da criança

8 comentários em “Os sabores do solo marciano

  1. não é incrível que a mesma espécie capaz de construir uma máquina destas e conseguir operá-la numa distância gigantesca, seja a mesma que fica fazendo guerra por questões de crenças, das quais nenhuma é comprovada?

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    1. Não, não, você está enganado, não são a mesma raça, uns são cientistas os outros são fanáticos religiosos, coisas completamente diferentes.

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