Todo mundo sabe que “em breve” teremos um sério problema energético. As Leis da Termodinâmica impedem que tenhamos máquinas com 100% de eficiência, e a demanda de energia só tende a crescer. A luz solar é uma das melhores alternativas: Grátis (só a energia recebida; o aparato custa dinheiro, é claro), abundante e inesgotável pelos próximos 5 bilhões de anos, mais ou menos. Uma pergunta óbvia seria: Pombas, nos desertos tem sol o dia inteiro, praticamente todos os dias. Por que não aproveitá-la?
2010, o ano que faremos contato, talvez traga surpresas nesse campo, onde pesquisadores do Sahara Forest Project estudam novas tecnologias para o aproveitamento da energia solar.
Antes de tudo, deve-se fazer uma ressalva: o “Sahara” do nome não se refere ao mais famoso deserto do mundo, ao norte da África. Sahara, em árabe, significa “deserto” (quanta originalidade, não?). Dessa forma, o projeto estuda a construção de usinas de energia renovável em muitos desertos, como o da Austrália, o dos Estados Unidos, do Oriente Médio etc., onde pesquisadores estudam os melhores locais para as instalações.
De acordo com o fundador, Frederic Hauge, o Sahara Forest Project “é uma abordagem holística para a criação de empregos locais, comida, água e energia, utilizando soluções relativamente simples, que imita o design e os princípios da natureza”. Assim, ele planeja que a construção dos complexos movimentará o mercado de trabalho, além de desenvolver a sustentabilidade do local.
Estufas especiais usariam o ar quente do deserto, enquanto que a água do mar seria tratada para prover água potável para cultivo, e a energia solar seria coletada para gerar energia, e piscinas de algas oferecerão, segundo o projeto, uma fonte de combustível renovável e facilmente transportável. Ambicioso, não?
Calma, ainda não terminou. Nos arredores do complexo, plantarão árvores, de modo a restaurar a cobertura vegetal e intensificar a fotossíntese (se bem que a maior parte do oxigênio é produzido pelas algas azuis), de modo a fixar o dióxido de carbono e, de quebra, produzindo frutos comestíveis e madeira.
Uma das argumentações para se sustentar isso é que no passado, o Saara, por exemplo, foi uma grande floresta. Até foi uma floresta, mas não tão densa como a Floresta Amazônica. Assim, eu não fiquei muito convencido deste projeto.
Segundo o projeto, uma coletânea de espelhos em volta de uma torre funcionariam como um imenso espelho côncavo, concentrando os raios solares no alto da torre, canalizando a energia para a usina de força que vai dessalinizar a água e fazer motores funcionarem. Veja a imagem ao lado, clicando para ampliar.
No processo de dessalinização, o ar quente do deserto, indo em uma estufa é primeiro resfriado e umidificado por água do mar. Este ar úmido vai para o interior da estufa e, em seguida, passa por um evaporador, o qual a água do mar é aquecida à parte. Quando o ar quente e úmido preenche uma série de tubos revestidos por outro tubo contendo água fria; a umidade do ar quente condensa em gotículas de água doce na parte exterior dos tubos e pode ser coletada. Um processo que simula o ciclo da água.
Somente 10 a 15% de umidade do ar se condensa em água doce. O resto flui para fora de água em torno de árvores, de modo que o efeito estufa irá criar uma grande área em torno dela que será tornar-se verde.
A ideia é interessante e, segundo as proposições, parece bem viável. Será construído? Não sei e não temos como saber se realmente será funcional. Também não se sabe se a mudança no clima da região será o esperado ou se efeitos colaterais acontecerão. Mas tudo começa com um projeto, não é mesmo?
Fonte: National Geographic

André, faltou designar as categorias do post (ecologia, engenharia, ciência etc.).
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My fault. O Zoundry às vezes surta e, pelo visto, o site só está dependendo de mim, mesmo.
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E ha poucos dias, um biologo levantou a bandeira de que nao deviamos nos preocupar excessivamente com o crescimento economico a qualquer custo, tendo em vista de que os recursos de nosso planeta nao sao suficientes para manter a nossa trajetoria atual como civilizacao. E sim que deviamos promover o crescimento zero na economia, mas aumentando a produtividade e eficiencia de nosso sistema.
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Este é realmente um peojeto interessante, ainda mais pra ampliar a sustentabilidade (em alimentos) sem danificar muito juntando com a possibilidade de ajudar o verde a crescer.
Pode até haver efeitos colaterais, mas de ínicio, tendo a supor que pode ter mais benefícios que problemas.
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Eu tenho uma antena parabólica aqui em minhas sucatas rsrsrs, vou colar um monte de espelhos na supérficie côncaba a exemplo dessa do jardim artifícial, poderei fazer um poderoso aquecedor de água, eu e meu colega estavamos pensando em algo mas não desse jeito.
É facinante a ideia do Oásis artifícial, mas empregar essa técnologia no sertão brasileiro pode afetar o eco-sistema, a Caatinga tem espécies que são adaptadas aquelas condições, em nível macro pode ser que aumente as precipitações do local, se muitas forem construídas.
Qualquer forma de produzir energia causa impacto, é um ótimo desafio.
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Espelhos? Pra que isso? Use papel alumínio. Veja:
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@André, Muitíssimo bom! O ponto de convergência da luz é igual ao sinal de rádio, essa é uma daquelas antenas tipo da tv sky, quando fizer eu te mostro.
Grato.
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Eu já fiz e funciona. O que acontece é que a antena, MESMO é o ponto suspenso pelo braço. O “prato” serve para captar as ondas eletromagnéticas e concentrá-las no foco, ampliando o sinal, pois este “prato” funciona como um espelho. Da mesma maneira, os raios solares são concentrados neste ponto. Se vc pegar uma caixa de papelão e forrá-la por dentro com papel alumínio, usando as abas da caixa para rebater o sol para dentro da caixa, tb funciona.
Todo professor de Ciências deveria fazer esta experiência. ;)
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