Nada como a boa e velha hipocrisia a comandar os instintos mais bárbaros da civilização. Acho muito engraçado quando pessoas se vestem de ovelhinhas quando lhes convém, mas quando menos se espera elas mostram suas verdadeiras faces.

A polícia israelense prendeu nesta terça um homem árabe que dirigia em uma área judia na cidade de Acre (não, não é o estado do Acre, na região norte do Brasil), no dia mais sagrado do calendário judeu, o Yom Kipur, o que provocou cinco dias de violência entre judeus e árabes.

Para quem não sabe, o Yom Kipur é o chamado “dia do perdão” e começa no crepúsculo que inicia o décimo dia do mês hebreu de Tishrei (que coincide com setembro ou outubro), continuando até ao seguinte pôr do sol. Os judeus tradicionalmente observam esse feriado com um período de jejum de 25 horas e reza intensa. Este ano caiu no dia 9 de outubro.

Ele é chamado “dia do perdão”, pois se refere ao momento que o deus Jeová perdoa a todo Israel. Durante esse dia, nada pode ser comido ou bebido, inclusive água. Não é permitido lavar a boca, escovar os dentes ou banhar o corpo. Somente o rosto e as mãos podem ser lavados pela manhã, antes das orações. Não se pode carregar nada, acender fogo, fumar, nem usar eletricidade. O jejum não é permitido para crianças menores de 9 anos, pessoas gravemente enfermas, mulheres grávidas e aquelas que deram a luz há menos de trinta dias.

É uma data linda, mas este perdão se refere apenas ao Omni Tripla Ação para com o povo judeu, e como todos os egoístas, estes acham que o resto da humanidade não passa disso, de resto.

Existem várias proibições, como trabalhar, comer ou beber. As relações conjugais são proibidas (nada de fuc-fuc), bem como o uso de perfumes e ungüentos, exceto para fins médicos. Além disso, sapatos e outras peças da indumentária feitas de couro não podem ser usadas no Yom Kipur, pois não se pode usar nenhum material para o qual seja necessário matar um animal.

A mídia israelense informou que Tawfik Jamal foi preso na segunda-feira por dirigir em alta velocidade, arriscando sua vida, e por “ofender sensibilidades religiosas” no dia de Yom Kippur, o dia do perdão, durante o qual a maioria dos judeus faz jejum e não dirige. Claro que como toda e qualquer teocracia escrota, ninguém parou pra averiguar se era verdade.

Parlamentares árabes disseram que a prisão teve motivação política e as acusações foram inventadas. Eles exigiram a libertação imediata de Jamal. E assim a bosta fedeu, os Camelinhos de Alá se emputeceram com os Baby Sitter de Cabra e o pau quebrou. As Ovelhinhas do Senhor viram que o caldo estava engrossando e não deram palpite nenhum. Nada como a paz e a tranqüilidade no berço das 3 maiores religiões do mundo, onde o amor, perdão e benevolência reinam na paz do Senhor, amém!

“Tenho certeza de que alguns judeus também dirigiram no Yom Kippur. A polícia vai prendê-los?”, perguntou o parlamentar árabe Abbas Zkoor, de Acre. Jamal se apresentou no domingo diante do Comitê do Interior do Parlamento, dizendo que “só queria chegar em casa”. Ele ainda complementou: “Foi um erro e quero me desculpar”.

Mas, como foi dito, ele não estava nos planos do Senhor dos Anéis Bíblico, então, nada de perdão pra ele: QUEIMAAAAAAAAAAA!!!!!!

Como a maioria lá não lê Ceticismo.net, eles não sabem o que pode dar um simples boato, como o que correu por lá, dizendo que Jamal teria sido espancado até a morte por militantes judeus no Acre (já falei que não é aqui) geraram dias de revolta, o que expõe as tensões entre a maioria judia em Jerusalém e a minoria árabe, de 1,5 milhão de pessoas.

Os Camelinhos de Alá destruíram vários carros e lojas na cidade, enquanto os Baby Sitters de Cabra atacaram casas árabes. A porradaria comeu solta e ninguém se entendeu e muito menos deu bola por perdoar 70 vezes sete e… ops. Isso é outra religião, mas acho que vocês compreenderam. Como cristão não são idiotas de dar um pio na terra dos outros (principalmente porque os dois grupos iriam baixar a porrada neles também), preferiram fingir que tava tudo muito legal.

Fico impressionado com o ódio e a intolerância de grupos estúpidos que ainda vivem em total barbárie por causa de leis idiotas da Idade do Ferro, mas que ainda levam como se fosse verdade absoluta. Esse é o resultado de uma teocracia: a estupidez levada a limites estapafúrdios, onde as leis civis se baseiam numa crença idiota que não é compartilhada pela totalidade, mas é imposta a toda uma sociedade. Democracia? Não, meu caro, isso só funciona com pessoas que pensam e não com quem acredita em mitologias tolas.

Fonte: Terra