No século XVI, o Protestantismo apareceu com uma intuição muito válida e oportuna: restaurar a estima e o culto da suposta “Palavra de Deus”, com todo o seu poder de santificação. Martinho Lutero revoltou-se com a absurda venda de indulgências e determinou que aquela não devia ser a forma que as pessoas pudessem adentrar o reino dos céus. Os reformadores bem que tentaram abrilhantar, digamos assim, o Cristianismo numa única “Igreja de Cristo”. Afinal, a Palavra de Deus na Bíblia, em tese, deveria remeter constantemente à “Palavra” viva da Tradição Oral, que passa de geração em geração.
Muito bem, esta “Palavra” seria a Tradição Oral, em cujo critério se entende e interpreta-se melhor a Bíblia. A Igreja seria, segundo a visão dos católicos, a única depositária e intérprete da Palavra; entretanto, os protestantes admitem da mesma forma que a autoridade da Igreja para santificar o homem, mediante a Palavra de Deus, pois, segundo muitos protestantes, esta é não apenas um ensinamento para a inteligência, mas força viva que restaura o homem. Nesse ínterim, os católicos vêem a Palavra de Deus como desenvolvedora de toda a sua eficácia quando se torna não apenas audível, mas VISÍVEL nos Sagrados Sacramentos da Liturgia Católica; assim os sacramentos, como a própria Igreja, estão implícitos na revalorização da chamada “Palavra de Deus” apregoada pelos reformadores do século XVI. Continue lendo »
