
machu Picchu é uma das maravilhas da Era Moderna. Construída pelos incas pelos idos do século XV, quando os Espanhóis e Portugueses mal tinham começado as Grandes Navegações. Os incas (não-venuzianos) construíram a magnífica machu Picchu com uma técnica chamada “Ashlar”, em que as pedras eram cortadas sob medida, de forma a se encaixarem perfeitamente, sem precisar de cimento, argamassa ou coisa que o valha.
O problema nessa construção se reside mais em termos de recursos humanos. Quem construiu machu Picchu? Quando falo “quem”, não estou me referindo à civilização, mas pessoas comuns. Quem eram eles?
Apesar de sua fama, pouco se sabia da função de Machu Picchu e da vida cotidiana de seus habitantes até recentemente. Essas lacunas foram devidas à ausência de referências a Machu Picchu nos relatos espanhóis dos séculos XVI e XVII e ao fracasso dos pesquisadores modernos em decifrar os registros de cordas amarradas (quipus) que os incas usavam para registrar sua história.
Há agora um consenso entre arqueólogos e historiadores de que Machu Picchu fazia parte de uma propriedade real pertencente à linhagem do imperador Pachacuti, o governante creditado por estabelecer o Império Inca (ou Tahuantinsuyu). A arquitetura monumental no centro de Machu Picchu é, na verdade, os restos de um palácio rural localizado dentro da propriedade real de Pachacuti. Mas isso ainda nos dizia muito pouco sobre os trabalhadores.
Muito bem, um novo estudo de DNA traça as jornadas de algumas dezenas de trabalhadores e demais serviçais que passaram suas vidas no complexo de machu Picchu durante a sua construção. Para tanto, a pesquisa buscou rastrear as origens de muitos das pessoas que viveram no referido local.
Como falado acima, machu Picchu não foi construído com nada além de pedras escavadas, cortadas e esculpidas. Centenas de trabalhadores construíram Machu Picchu empurrando pedras pesadas para cima ou esculpindo-as diretamente do leito rochoso da montanha, com passarelas estreitas se conectando a terraços agrícolas, estradas, caminhos e cerca de 200 edifícios que serviam fins religiosos, astronômicos e domésticos.
Machu Picchu servia como um lar sazonal para a realeza inca, já que a capital era Cusco, a 100 km de machu Picchu. Entretanto, várias centenas de assistentes e trabalhadores viveram em machu Picchu durante todo o ano, já que alguém tinha que cuidar do local, mas esse número não pareceu exceder algo como 750 pessoas lá morando.
A recente pesquisa analisou o DNA de 34 dessas pessoas usando métodos semelhantes aos estudos de ancestralidade atuais para determinar de onde elas vieram, e os resultados disseram conclusivamente: de toda parte.
Os pesquisadores compararam o DNA das pessoas sepultadas em Machu Picchu com outro DNA antigo do império inca, bem como o DNA moderno da América do Sul; acabaram por encontrar semelhanças em todo o planalto andino, bem como ao longo da costa norte e sul peruana, o que não foi uma surpresa. Só faltou encontrar gente vinda do Ceará ou Governador Valadares.
Sim, pois é. Um monte de gente veio de vários lugares para trabalhar em machu Picchu, já que naquela época não tinha SINE, Catho e muito menos LinkedIn. O lance era ir aonde o trabalho estava.
Os pesquisadores também encontraram conexões menos esperadas com os povos modernos da Amazônia peruana, equatoriana e colombiana. Em particular, eles encontraram DNA feminino dessas áreas, mas o próprio trabalho diz que isso merece uma investigação mais precisa, pois não ficou lá tão certo quanto o que os jornais fazem crer.
A pesquisa foi publicada no periódico Science Advances

Pô André. Assista o documentário “A Nova onda do Imperador”. Sabemos que foi o Cuzco que mandou construir lá que que o Pacha ficou com o outro morro.
Ah, e o DNA feminino é de uma tal de Izma…
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