
Este é um artigo delicioso para imprimir, amarrar numa pedra e atirar pela janela do Departamento de Filosofia de uma universidade. Afinal, quando acaba a vida, acaba tudo inerente a ela, inclusive nossos crimes? Bem, é o que Benjamin Schreiber argumenta. Ele foi condenado à prisão perpétua depois de ter espancado um homem até a morte com o cabo de uma picareta em 1996. Problema que ele morreu na prisão. Acabou a pena, certo?
Problema que reviveram ele. E aí?
Depois de matar o cara e sua namorada (sim, dois pelo preço de um), Schreiber foi ver o Sol nascer quadrado até que não houvesse mais ele ou o Sol. Tudo muito bem, tudo muito bom, mas em 2015, o tio psicopata acabou desenvolvendo graves complicações renais. Teve uma crise sinistra estando em sua cela, entrou em choque séptico e perdeu a consciência. Correram com ele pro hospital.
Durante o atendimento, Schreiber morreu… ou ficou morto por poucos minutos enquanto a equipe médica fez seu trabalho de ressuscitação, com algum médico da ER (a série, mesmo), esmurrava o coração, metia o desfibrilador e gritava CLEAAAAAR <bzzzzzzzzt>. Aplicaram epinefrina e PUMBA! O coração volta a bater.
Os advogados de Schreiber seriam menos que maníacos parasitas se não aproveitassem a deixa. Alegaram que a pena de prisão perpétua era só para a vida que acabou, e quando Schreiber desbateu as botas, resetou o contador e devia ser liberto. Schreiber ainda jogou migué que ressuscitaram porque quiseram, ele nunca pediu nada.
Como é de se esperar, os juízes não caíram neste lenga-lenga, então foram apelando, apelando e… bem, nunca deu em nada. Schreiber continuou em cana até o mês passado, quando morreu bem morrido, por causas naturais, aos 69 anos.
Bem, os seres abissais do Jurídico bem que tentaram, mas não foi dessa vez. Se ainda fosse no Brasil, era só mostrarem uma carta psicografada.
Fonte: Mirror. Eu nem sei porque estava lendo o Mirror!

A regra é clara:
Se morreu e voltou, é porque não tinha realmente morrido.
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