MARGÃO, URGENTE!!!
Péra… onde fica isso?
Um homem belo e faceiro que não costumava pegar bonde e nem tomava rum creosotado ficou estupefato quando voltou de viagem e descobriu que estava mortinho de Metha… ou pelo menos alguém achou que era ele e até o cremaram!
Como falei, isso aconteceu num lugar chamado Margão, embora na verdade, o nome certo seria Madgao, e há quem diga que o nome é derivado do sânscrito मठग्राम (Maṭhagrāma), que significa uma “vila de mosteiro”; eu não sei, apenas copiei da Wikipédia. Me processe.
Margão é praticamente um vilarejo, mas ainda assim é a segunda maior cidade do estado de Goa, na Índia, e eu preferi manter a grafia portuguesa por causa da influência lusitana lá, já que Vasco da Gama chegou lá, embora nem tenha sido o primeiro, sendo vice mais uma vez. Goa é um lugar tão ridículo de pequeno que tem menos de 1,5 milhão de habitantes, e se ele já é pequeno para os padrões da cidade do Rio de Janeiro, em que um único bairro tem mais gente que isso, que dirá para a Índia. É praticamente um condomínio.
Deepak Balakrishnan Kandi é um sujeito de 36 anos e pelo visto apronta das suas. Ele sumiu do vilarejo em 7 de junho do ano passado, e a família comunicou à delegacia de polícia local, que registrou um relatório de pessoas desaparecidas e ficou nisso.
Em 17 de julho, os meganhas de Shiva acharam um corpo numa praia em Kerala, e identificou como pertencente a Kandi. Claro o “identificou” foi na base do “é, deve ser ele mesmo”, sem nenhum teste. Comunicaram à a família de Kandi que ficou triste, e realizou a cerimônia fúnebre, terminando por cremar o corpo, e foi isso.
Alguém na delegacia de Kerala deve ter se tocado que deu merda e não era o mesmo sujeito. O defunto na verdade pertencia a um Irshad, outra pessoa desaparecida, e só aí os idiotas foram fazer teste de DNA, confirmando que não era Kandi. Isso deve ter dado tão ruim pros meganhas que começaram uma força-tarefa para catar o sujeito.
Kandi estava em outras paragens e os Fucker & Sucker indianos estavam vigiando hotéis. Uma busca aleatória de acomodações na estrada da antiga estação levou à descoberta de um número Aadhar, uma espécie de RG indiano, e ele batia com o número de Kandi, que estava fazendo uns biscates esse tempo todo por Jaipur, Delhi, Punjab, Bogmalo e Goa, até que foi morar num hotel em Margão e os meganhas o encontraram e o prenderam.
Sim, o cara foi algemado e tudo!
Depois de levado até seus familiares e explicado tudo, ele foi liberto e pôde ter um vislumbre de como é bancar o Ghost e ficar do outro lado da vida sem ter partido dessa aqui.
“A diferença da Realidade para a ficção é que a ficção precisa fazer sentido”
– Tom Clancy
Fonte: Times of India
Quando Luigi Pirandello escreveu O falecido Matias Pascal, os críticos se apressaram a dizer que a história era inverossímil demais. Até que uma notícia deu conta de uma situação exatamente igual à do livro. Era tipo isso que rolou em Goa. Ele foi à forra numa edição posterior do livro (que eu não consigo mais achar, claro). A Realidade olha pra verossimilhança e dá uma gargalhada.
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