A Índia é um país peculiar. Por peculiar, eu quero dizer totalmente insano; mais até que o Brasil! O Brasil é tosco, todo mundo sabe disso, mas a Índia é diferente. Berço da Matemática como conhecemos hoje, tendo sido um dos inventores dos números, junto com os árabes (os gregos não tinham sistema de numeração próprio, por isso eram ótimos geômetras mas péssimos aritméticos), a Índia consegue feitos memoráveis, como mandar uma sonda pra orbitar Marte e acertam de primeira (vocês lembram que eu falei que eles inventaram a Matemática, né?), enquanto o Brasil não consegue mandar um Cubesat e, quando fazem, mandam um peso de papel que aqui custou 400 mil reais, já que o não pagamento fez com que ele subisse sem o software. Brasil inventou o primeiro peso de papeis em microgravidade!
Aí você espera que um país com uma ciência aeroespacial bem desenvolvida (além de uns nukes no estoque) tenha um bom desenvolvimento. Não que não tenha, mas o lado social acabou com gente ainda vivendo na era pré-qualquer coisa, quando a polícia precisa intervir rápido, já que os familiares de uma criança iriam sacrificá-la em honra a… bem, nem eles sabem direito.
O caso aconteceu na aldeia de Ganakpara, localizada no distrito de Udalguri, que pertence ao estado de Assam. Se localizou? Porque eu ainda não sei onde fica esta bosta de lugar, que numa escala Maricá (0 é normal e 10 é uma merda, segundo Eduardo Paes), deve marcar 15 pontos. Eu não quero ir para Ganakpara. Você não quer ir pra Ganakpara. Para vocês terem uma ideia, o distrito de Udalguri tem apenas 831.688 habitantes. Tipo, Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, tem cerca de 2 milhões. Em termos de Índia, Udalguri é tipo um condomínio fechado e Ganakpara é um cortiço. Aliás, pessoal bem que vive lá como num cortiço, mas deixemos isso de lado.
Jadab Saharia é professor de Ciências num colégio de Ganakpara. Deveríamos esperar alguém não tão imbecil quanto um pessoal que ainda vive como nos tempos do Poro, o rei que bateu de frente com Alexandre da Macedônia. O povo de Ganakpara pode ser tosco, mas até para tosqueira tem limites, e a população local ficou alarmada quando um sacerdote tântrico resolveu que seria muito melhor de bom de sacrificar uma menina de 3 anos. Os motivos não ficaram bem claros, mas acho que nem com desculpa ficaria claro, salvo ser barbárie e selvageria, mesmo!
O sacerdote estava com uma brilhante espada, pronto para decapitar a criança, mas um fogo na casa de Jadab, que é parente da menina, denunciou que algo errado não estava certo. Os vizinhos foram lá, deram com Jadab, junto com seus familiares, tirando as roupas da menina, que estava num altar improvisado. As coisas estavam saindo do controle e começou o fuzuê. Chamaram a polícia, que chegou lá e conclamou para que não fizessem isso.
Os pedidos para que o derramamento de sangue parasse deixaram o sacerdote mais puto da vida, que a essa altura estava brandindo a espada e um machado. Sim, isso parece algum filme C, mesmo para os padrões Bollywood!
Nesse momento, polícia e repórteres estavam já lá. Os Meganhas de Ganesh tentou parar o ritual, mas os membros da família começaram a atirar pedras e utensílios, incendiaram uma motocicleta, o carro, televisão e geladeira. A coisa estava totalmente fora de controle, e eu ainda estou até agora tentando entender como isso não deu num massacre. Entretanto, o que deu foi que a polícia conseguiu manter a cabeça fria, mas disparou vários tiros para o ar, de forma a tentar controlar a situação. O problema é que tudo o que sobe, tende a descer e ainda não se sabe como, mas o vagabundo do Jadab e seu filho, um estudante de Medicina, foram acertados (eu tô achando que a polícia deu foi em cima, mesmo e não os culpo!).
Os policiais conseguiram resgatar a criança, levaram os membros da família e o tosco do clérigo para a cadeia, e já devem estar batendo um papinho nada amigável com o pessoal da delegacia, e acho até pouco.
Mas não se esqueçam:
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É a cultura deles, temos que respeitar.
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Religião é uma coisa boa e faz as pessoas serem mais éticas.
Fonte: Hindustan Time