Cientistas da Universidade de Hiroshima estão radiantes com o que encontraram. Foi identificada uma nova espécie de parasita que infecta um peixe de água doce invasivo na ilha subtropical de Okinawa, no Japão. Ou seja, o invasor que invade outro invasor tem 100 anos de perdão. Isso é muito legal! Além de me ajudar a fazer trocadilhos impróprios, nos ajuda a entender como parasitas saem parasitando por aí, indo parar em outros lugares que normalmente não deveriam estar lá.
Masato Nitta é doutorando da Universidade de Hiroshima. Ele gosta de estudar tudo tipo de coisa que vive às custas dos outros, como parasitas, majoritariamente vermes como o seu cunhado e monogeneas. Como seu cunhado é muito chato e só fala de futebol, Nitta preferiu dar atenção às monogeneas, que formam um grupo de vermes membros do filo dos platelmintos. Essas… coisas são comuns na pele, barbatanas e guelras dos peixes, mas também infectam mamíferos como olhos de hipopótamos e, pelo que se sabe, esses parasitas não oferecem perigos para a sua saúde nem querem roubar a sua cerveja.
Resumindo: Monogeneas > Seu cunhado
A pesquisa começou por pura falta do que fazer. Masato estava de bobeira quando estudava na Universidade de Ryukyus, em Okinawa, e resolveu dar uma chegada num córrego lá perto. Lá, ele viu dois bagres. Qualquer um daria um “que se dane” para aquele peixe ridículo, mas a primeira coisa que ele notou é que o bagre não devia estar ali. Daí ele pensou “bóra examinar os parasitas que esse peixe tem”.
Não, eu não sei como alguém vê um peixe e tem a brilhante ideia de ver quais os parasitas o peixe traz ao invés de fritar o mesmo. Japoneses são estranhos!
Isso acabou virando um projeto para encontrar parasitas que chegaram ao Japão com seus hospedeiros não-nativos e entender o papel dos parasitas nos ecossistemas naturais. Isso porque é lá. Aqui estariam com problemas de verbas e trabalhando em locais imundos, pois não tinham pagado aos faxineiros.
Além disso, estaria um monte de gente enchendo o saco perguntado “nhé, para que eu quero saber disso?”. Bem, a pesquisa de Masato é importante para começar um rastreamento de parasitas, o que pode ser um método científico bastante útil para monitorar a saúde de ecossistemas e tentar conservar a biodiversidade.
Não, Masato não terá que ficar em banheirões.
A espécie de bagre que Masato encontrou, por sinal, é nativo do rio Amazonas. Estima-se que ele chegou ao Japão por meio de comércio de animais de estimação, mas porque diabos alguém ia querer criar um bagre? Ok, Japão realmente é esquisito! Enquanto bagre é almoço aqui, no Japão é animalzinho de estimação. Imagino que a China deve ter a mesma estranheza quando vê brasileiro cuidando de cães como membro da família.
A pesquisa foi publicada pela Sociedade Japonesa de Zoologia Sistemática no periódico Species Diversity. Mas o sistema deles é tosco e não atualizaram o site. Divirtam-se esperando.
“Não, Masato não terá que ficar em banheirões.”.
Deus, se existisse, estaria vendo essa zoeira aê
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Poxa, sempre reclamo que ao ir pescar só pego Bagres, mas pelo visto posso criar um lucrativo comércio de peixes de estimação para o japão…
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“Cientistas de Hiroshima estão radiantes…”
I see what you did there.
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