A ironia costuma ser bem irônica. Alfred Nobel, inventou da dinamite, depois de ter feito fortuna usando sua técnica para estabilizar nitroglicerina foi tratado com essa mesma substância, pois ela é vasodilatadora e, assim, serve como remédio para algumas doenças do coração. A radiação dos compostos como urânio, polônio e rádio, assim coo comentários de sites de notícias, dão câncer,e foi assim que Marie Curie acabou adoecendo e morrendo. Hoje, usamos radiação para tratar câncer e mandar aquelas células elouquecidas pra vala.
Alguns dizem que radioterapia mais faz mal do que bem, que a pessoa só com um cancerzinho básico e a malévola radioterapia é que manda a saúde da pessoa pros quintos, sextos e sétimos do inferno. A realidade é bem outra. Uma nova pesquisa aponta que radioterapia reduz o atual risco de morte à sua metade, mesmo em casos de pessoas com câncer há muito, muito tempo.
Claro, para os devotos de N. Sª. Fosfoetanolamina, câncer é uma coisa que assim que se diagnostica, já era, bau-bau, chama o tabelião e avisa aos filhos, como ilustrado através de computação gráfica, renderizada no parque de computadores da Disney, representado ao lado.
O dr. Anders Widmark é médico, cientista. Ele adora radiação, mas é mais esperto que alguns, pois sabe que bombas de radiação gama lhe deixam com o DNA um tanto estragadinho.
Além disso, o dr. Widmark, que é homônimo de pianistas, é professor de Oncologia da faculdade de Medicina da Universidade Umeå, na Suécia.
O dr. Anders, que tem nome de vencedor, comparou os resultados da terapia contra câncer de próstata através de terapias por via hormonal, com ou sem a adição de radioterapia local. Os resultados são bem interessantes: uma combinação de tratamentos reduz à metade o risco de morte por câncer de próstata, mesmo 15 anos após o diagnóstico.
Péra, como assim?
Imagine pacientes diagnosticados com câncer de próstata em 2001. Os tratamentos vêm combatendo o sem-vergonha do câncer. Ao combinar os tratamentos por via hormonal com a radioterapia a partir de HOJE, o prognóstico é reduzir a tendência de morrer em pelo menos metade dos casos.
Sim, isso mesmo! Começando a radioterapia QUINZE… ANOS… DEPOIS! Cadê sua fosfoetanolamina?
Mas.. mas… mas o Chierice disse
Tenho realmente certeza que ele falou.
Mas… mas… as companhias farmacêuticas… A fosfo realmente cura…
Olha, não é que eu não acredite em você (ok, não acredito). Mas darei um crédito, sim? Mostre-me os testes clínicos.
Mas… mas…
Ora, vamos! Não é difícil, né?
Rá! E você tem peiper disso aí?
É um direito seu exigir e uma obrigação minha mostrar. A pesquisa foi publicada no periódico European Urology.
BANDIDO! MENTIROSO! Tá lá no texto! Adding prostatic therapy to lifelong antiandrogen therapy halves the absolute risk of death from prostate cancer from 34% to 17% 15 yr after diagnosis. Não tem nada ali sobre 50% de casos.
Minha cara cavalgadura. Aprenda a ler! O risco de morte era de 37% sem a combinação dos dois tratamentos (não é curioso que câncer de próstata não é uma sentença de morte?), a taxa passou para apenas 17% e… Tá, ok! Mesmo assim eu acho muito, mas convenhamos que foi uma senhora redução).
Não é maravilhoso termos tratamentos que realmente funcionam, enquanto gentinha sem a menor qualificação fica relinchando defendendo pilulinha mágica?
TOMARA QUE VOCÊ TENHA CÂNCER!
Olha, eu tenho consciência que não estou livre disso, mas sabe de uma coisa?
Ainda que eu ande pelo vale das sombras, das doenças e moléstias, não temerei mal algum; pois a Ciência estará comigo!
É incrível como nosso Brasil despreza a Ciência! Chega a ser doentio!
CurtirCurtir
Excelente. Mas sempre que vejo o progresso da ciência com relação ao câncer me deparo com outra realidade : como ter acesso ? Por isso quando penso em câncer só queria mesmo a possibilidade de não optar por tratamentos precários, sem nem ao menos morfina o bastante para aguentar a dor. Só que no nosso fantástico e bizarro país religioso por natureza ter uma morte assistida para escapar de pular de um prédio, se jogar no metrô ou outras mortes sangrentas é utopia. A teologia do sofrimento a pleno vapor em pleno 2016.
CurtirCurtir