Todos sabemos que igrejas são um vultuoso negócio. Não só porque você acerta suas contas com o Altíssimo, levando a Sua palavra, se tornando um homem de bem, inspirando pessoas e… AH, QUAL É? Sabemos que isso não convence ninguém, só ao pessoal que segue a Igreja, mas levando em conta que acreditam até em cobras falantes, qualquer outra bobagem é hiper bem aceita.
John Oliver, do programa Last Week Tonight with John Oliver (Duh!) deu uma examinada em teleevangelistas, com seus pedidos… cahan… que fazem Jesus ficar com olhinhos desse tamanho de tanta humildade.
#SQN!
O Last Week Tonight with John Oliver é algo MUITO diferente do que temos aqui. E não, apesar do programa do Jô Soares ser um kibe descarado do David Letterman (coisa que a gente só ficou sabendo com o advento da TV por Assinatura), ele está muito longe das críticas mordazes do John Oliver, Jon Stewart ou do Stephen Colbert. No último programa, seu alvo foi apontar como é moleza ser teleevangelista e tirar dinheiro de um bando de otários. Qual o pedido dessa gente? Que as pessoas doassem dinheiro para eles comprarem um jatinho particular. Fofo, não? Deem uma olhada (são 20 minutos que valem a pena).
Se você viu até o final, e eu recomendo muito que o faça (não tem legenda. Você teve aula de Inglês desde o primário. Te vira!). Ele termina fundando uma igreja. A Our Perpetual Lady of Exemption. Tem até site. A Nossa Senhora da Perpétua Isenção faz tudo por você, meu caro ministro. Isenções e mais isenções fiscais. Além disso, aceita doações. Por favor, contribua! (MESMO!)
Our Lady of Perpetual Exemption
PO Box 1954
New York, NY 10113
Mas isso é nos EA, aquele antro de fanáticos religiosos, certo? Isso jamais aconteceria no Brasil, país laico por definição, não é mesmo? Então, ou você tem memória curta ou realmente precisa se informar mais. Em 2009, o jornalista Hélio Schwartsmann se juntou com os seus colegas da Folha e fundaram uma igreja, A Igreja Heliocêntrica do Sagrado EvangÉlio. Assim, segundo as próprias palavras dele:
Precisamos apenas de R$ 418,42 em taxas e emolumentos e de cinco dias úteis (não consecutivos). É tudo muito simples. Não existem requisitos teológicos ou doutrinários para criar um culto religioso. Tampouco se exige número mínimo de fiéis.
Com o registro da Igreja Heliocêntrica do Sagrado EvangÉlio e seu CNPJ, pudemos abrir uma conta bancária na qual realizamos aplicações financeiras isentas de IR e IOF. Mas esses não são os únicos benefícios fiscais da empreitada. Nos termos do artigo 150 da Constituição, templos de qualquer culto são imunes a todos os impostos que incidam sobre o patrimônio, a renda ou os serviços relacionados com suas finalidades essenciais, as quais são definidas pelos próprios criadores. Ou seja, se levássemos a coisa adiante, poderíamos nos livrar de IPVA, IPTU, ISS, ITR e vários outros "Is" de bens colocados em nome da igreja.
Há também vantagens extratributárias. Os templos são livres para se organizarem como bem entenderem, o que inclui escolher seus sacerdotes. Uma vez ungidos, eles adquirem privilégios como a isenção do serviço militar obrigatório (já sagrei meus filhos Ian e David ministros religiosos) e direito a prisão especial.
Mas como é que disseram? Que a religião está diminuindo no mundo? Está tanto que vão acabar com essas benesses, certo? Bem, então explique isso para as bancadas religiosas nos congressos, do Brasil e EUA. O povo continuará votando nessa escumalha.
By the way. John Oliver deixou claro que se você realmente for um mané e doar dinheiro pra ele, eles vão doar o montante para o Médicos Sem Fronteiras.. Ao menos, uma igreja séria!
Fonte. Twit do dr. Dexter. Thank you, Doc!
ESCRARECIMENTO
A assessoria de comunicação da Organização Médicos Sem Fronteiras entrou em contato comigo, agradecendo a menção no artigo, conforme fac-símile do e-mail
Caro(a) editor(a),
A respeito da matéria “Pequenas Igrejas Grandes Maracutaias”, publicada em 17 de agosto de 2015 no Ceticismo.net, gostaríamos de agradecer a menção de que Médicos Sem Fronteiras (MSF) é séria, mas esclarecemos que não somos uma igreja nem temos qualquer vínculo religioso. MSF é uma organização humanitária internacional independente e comprometida em levar ajuda às pessoas que mais precisam sem discriminação de raça, religião ou convicções políticas. Para saber mais, por favor, acesse: www.msf.org.br.
Atenciosamente,
Damaris Giuliana
Assessora de Comunicação / Communications Officer
Médicos Sem Fronteiras Brasil / Medecins Sans Frontieres (MSF)
Isso se deu por causa da última linha do meu artigo, o qual eu risquei acima. Devo salientar, então, que houve um deslize de minha parte, com uma frase dúbia. A "igreja séria" não era se referindo à Organização Médicos Sem Fronteiras, que como disse na resposta à senhorita (ou será senhora?) Damaris, conta com meu respeito para com o trabalho de seus integrantes, os quais contam com minha admiração incondicional, reverência e apreço pelo trabalho que realizam, em todas as esferas e em todos os países.
Em nenhum momento eu quis dizer que a Médicos Sem Fronteiras são uma entidade religiosa ou sequer estão ligados a uma, em cuja confusão eu lamento, deploro e retifico agora.
Maiores informações sobre o MSF, entrem no site indicado para saber mais.
Aqui se fala besteira, aqui se corrige.
Peço desculpas aos Médicos Sem Fronteiras e a vocês, pois eu deveria tomar vergonha e aprender a escrever direito. Discurpa, tios. Futuramente, este lamentável erro não acontecerá novamente (cometerei outros erros, mas bem diferentes).
Abraços a todos.
Enquanto isso, aqui no Brasil:
http://www.dpf.gov.br/agencia/noticias/2015/08/pf-desarticula-seita-religiosa-que-submetia-fieis-a-trabalhos-escravos
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Ou seja, a polícia no Brasil só se mete com alguma religião ou seita se for feita uma merda titânica.
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O vídeo é genial! Devia ser traduzido para vários idiomas e enviado a cada crente deste planeta.
Infelizmente a maior parte vai tomar como coisa do demônio e mandar mais dinheiro ainda para a sua Igreja.
PS. E você André? nunca tentou fundar uma Igreja Maluca, só para ver no que ia dar?
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Prefiro gastar meu dinheiro com CD da Valesca Popozuda. Não tenho tendências de explorar os outros
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A “graça” que não é de graça. Se segundo esse pessoal vivemos a era da “graça” e não estamos mais debaixo da Lei, qual o porquê da obrigatoriedade do dízimo? É o que eu digo, esse pessoal só segue o que lhes convém. De preferência o que dá para tirar vantagem sobre os outros.
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“…e atritos constantes entre pessoas que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro. De fato, a piedade com contentamento é grande fonte de lucro, pois nada trouxemos para este mundo e dele nada podemos levar; por isso, tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos.
Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos. Você, porém, homem de Deus, fuja de tudo isso e busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão.”
1 Timóteo 6:5-11
Deveriam ler a Bíblia pelo menos. Teologia da Prosperidade e suas incoerências…
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Olha, eu gosto mais da parte de Jesus Kickboxer baixando a porrada em todo mundo, chamando de covil de ladrões e dizendo que a casa do papai dele não é mercado.
(Você sabe que eu aceito a existência do Jesus Histórico, e acho bem provável que isso tenha acontecido)
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Cara, eu fico tentando imaginar essa cena.
Já que você tocou no assunto e sei que você aprecia o conhecimento, vou compartilhar com você um estudo sobre esse episódio e porque Jesus foi tão enfático na sua forma de repreensão (se não quiser não precisa postar):
“A purificação do Templo é descrita de forma vívida. Jesus expulsou todos os que vendiam e compravam no templo – hieron, a “Área do Templo”, compreendia cerca de vinte e cinco acres. No Pátio dos Gentios havia um mercado onde ovelhas e bois eram vendidos para os sacrifícios (cf. Jo 2.14). Como a Lei especificava que esses animais deveriam ser “sem mácula” (Ex 12.5) era mais seguro comprá-los no mercado do Templo que era dirigido por parentes do sumo sacerdote. Tudo que fosse comprado ali seria aprovado. Da mesma forma, seria inconveniente para os peregrinos da Galiléia trazer animais em uma viagem tão longa. Aqueles que eram demasiadamente pobres para oferecer uma ovelha tinham permissão de substituí-la por uma pomba (Lv 12.8). Todo o dia era realizada uma animada venda desses animais.
Os cambistas também colhiam seus frutos. Todo judeu adulto tinha que pagar uma taxa anual de meio siclo ao Templo (cf. 17.24). Mas esse pagamento deveria ser feito com a moeda fenícia. Como o dinheiro que os judeus usavam habitualmente era grego ou romano, isso queria dizer que a maioria das pessoas precisava trocar o seu dinheiro. Os
sacerdotes tinham permissão de cobrar algo em torno de 15 por cento para fazer essa troca. Edersheim acredita que somente essa taxa poderia alcançar uma soma entre 40.000 a 45.000 dólares por ano,52 isto é, uma renda exorbitante naquela época.
Jesus lembrou aos transgressores o que estava escrito nas Escrituras : A minha casa será chamada casa de oração (uma citação de Isaías 56.7). Mas vós a tendes convertido em covil de ladrões (citação de Jeremias 7.11) O texto grego diz “uma caverna de salteadores”. Essa frase devia ser muito familiar aos judeus do primeiro século.
A condenação feita por Cristo aos comerciantes do mercado do Templo, chamando-os de “ladrões” ou “salteadores” encontra sólido suporte nos escritos rabínicos. Eles falam de “Bazares dos filhos de Anás” – o antigo sumo sacerdote que foi sucedido por cinco dos seus filhos, e cujo genro, Caifás, era o sumo sacerdote nessa época. Edersheim chama atenção para a declaração de que “o Sinédrio, quarenta anos antes da destruição de Jerusalém [isto é, no ano 30 d.C., o ano da Crucificação], transferiu seu local de reunião do Pátio das Pedras Lavradas (no lado sul do Pátio dos Sacerdotes) para os Bazares e, em seguida, para a Cidade”.
Pouco tempo depois, a “indignação popular, três anos antes da destruição de Jerusalém, destruiu os Bazares da família de Anás”. A gravidade da situação está refletida nessa declaração: “O Talmude também registra a maldição que um renomado rabino de
Jerusalém (Abba Shaul) pronunciou sobre as famílias dos sumo sacerdotes (inclusive a de Anás) que eram ‘eles mesmos os sumo sacerdotes, seus filhos os tesoureiros, seus genros tesoureiros auxiliares, enquanto os seus servos batiam no povo com varas” (te lembra alguma coisa?)
(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 6, Mateus à Lucas – pg. 146)
Ah! E Jesus não pecou por fazer isso não!
“Você sabe que eu aceito a existência do Jesus Histórico, e acho bem provável que isso tenha acontecido”
Sem dúvida nenhuma! Mas que bom que agora você aceita a existência do Jesus histórico. Afinal não fui o único que cresceu intelectualmente em nossos debates…
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Acho que ele nunca foi contra a existência do Jesus histórico, pastor.
Pregadores apocalipsistas sempre existiram. Provar que o cara era de fato o enviado de Deus na terra é que são elas.
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Para quem tem “difircudade nos ingrêis”, tem o vídeo legendado:
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Má interpretação da parte dele.
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“Isso se deu por causa da última linha do meu artigo, o qual eu risquei acima. Devo salientar, então, que houve um deslize de minha parte, com uma frase dúbia. A “igreja séria” não era se referindo à Organização Médicos Sem Fronteiras…”
Eu entendi perfeitamente. Não pareceu dúbio pra mim. Mas o importante é que foi explicado.
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Pode até ser má interpretação minha,mas leia a tire suas conclusões:
“Jesus Cristo foi apenas uma entidade ideal, criada para fazer cumprir as escrituras, visando dar seqüência ao judaísmo em face da diáspora, destruição do templo e de Jerusalém. Teria sido um arranjo feito em defesa do judaísmo que então morria, surgindo uma nova crença. Ultimamente, têm-se evidenciado as adulterações e falsificações documentárias praticadas pela Igreja, com o intuito de provar a existência real de Cristo.”
“Crestus, o Messias dos essênios, pelo qual parece terem optado os judeus para a criação do cristianismo, daria origem ao nome de Cristo, cristão e cristianismo.”
https://ceticismo.net/religiao/a-maior-farsa-de-todos-os-tempos/jesus-cristo-nunca-existiu/
E:
https://ceticismo.net/religiao/analise-das-fontes-externas-que-mencionam-jesus/
Aqui teve debate. (Sobre o Testimonium Flavianum) Mas depois que o André mudou a hospedagem ele não consegui recuperar alguns comentários.
Todo mundo pode mudar de opinião. Por que o André não? Pelo menos ele tem honestidade intelectual e, creio eu, como um bom cientista poderia sim, revisar seus “cálculos”. Homens intelectualmente honestos fazem isso!
Eu particularmente era membro de uma Igreja pentecostal. Através de estudos teológicos mais aprofundado, vi que algumas coisas ali não eram coerentes com as Escrituras e mudei de Igreja. Eu era vice-presidente, presbítero e aspirante à pastor. Larguei isso tudo, pois me sentia mal, vendo certas manifestações estranhas ao contexto escriturístico. Na realidade Nestor, eu não sou um pastor “consagrado”, Sou um teólogo formado e na época do seminário, criamos um e-mail igual para os colegas de classe, que era pastor(fulano) e o restante do endereço eletrônico.
O André passou a me chamar de pastor devido ao meu e-mail.
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Não vejo as coisas como mutuamente excludentes (por sinal, parabéns pela pesquisa). Dr. André estava se referindo ao Jesus Bíblico, para o qual os excertos se aplicam perfeitamente.
Não vejo porque deixar de chamá-lo de pastor. Você é mais instruído do que qualquer um que eu conheço quando se trata de religião (salvo o próprio Dr. André).
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Obrigado pela consideração! Tá de boa me chamar de pastor. Mas o que ocorreu foi isso.
Em relação a visão do André acerca da historicidade de Jesus de Nazaré, ficou mais claro no debate sobre as provas extra bíblicas sobre o Cristo. Mas, tudo bem. Não vai fazer diferença.
No entanto, é muito difícil separar o Jesus Bíblico do Jesus histórico. Aqueles que fazem isso, usam seus próprios métodos e critérios, de acordo com a sua ideologia. (Ehrman, Meier, Seminário Jesus, etc.)
Recentemente, li a obra de Reza Aslan, “Zelote”. Você percebe claramente que (além do fato que grande parte do seu livro foi baseado na obra de Flávio Josefo), ele se utiliza dos textos dos Evangelhos que se acomodam com a sua perspectiva. Ele quer ver um Jesus revolucionário e que fazia parte da seita dos Zelotes, então ele mutila textos e faz ligações para conseguir “provar” sua tese. Da forma que ele fez, qualquer um consegue transformar Jesus em qualquer coisa, até em gay!
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Nisso concordamos plenamente: dá pra fazer a Bíblia dizer o que bem quisermos, bastando desarrumar um pouco as coisas.
Não é à toa que o Zecharia Sitchin, o von Daniken e o David Icke têm livros escritos na área que são “muito inventivos”, se é que você me entende.
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Vendo esse vídeo, lembrei-me do André de de você. Ehrman defendendo a historicidade de Jesus na última parte do vídeo. Parecendo um autêntico cristão refutando ateu todinho!
(Se não quiser assistir tudo, começa em 9:50 min a parte do Ehrman)
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Eu tenho gasto muito pouco tempo em ver vídeos no YouTube, para falar a verdade. Mas, acho que esse é um que vale à pena.
Obrigado por recordar-se de nós!
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Muito toscos esses argumentos do Ehrman, mas parece esperneio apologético travestido de argumento.
http://www.jesusneverexisted.com/ehrman.html
http://www.jesusneverexisted.com/newapologists.html
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