A fé é uma coisa admirável. A tendência maluca de divulgar sua religião a todo ser vivo é algo capaz de divertir a mente mais sisuda, pois a pagação de mico é garantia certa e o facepalm final é inevitável. Um perfeito exemplo disso é o casal temeroso ao bom, justo e misericordioso deus G-Ová, e seu filho, o Grande Jesus, que falava muito, a maioria das suas histórias não fazia sentido, comia na casa dos outros, não tomava banho e não trabalhava. Jesus: o Maior Sociólogo que Já existiu.

Ah, ia me esquecendo. O preclaro casal, que nçao tem nada a esconder, sai prgando o evangelho a todas as pessoas, fazendo seu trabalho de conversão. Para tanto, sai às ruas peladões, sem um pedacinho de roupa sequer.

O Paraná é um estado muito interessante. Enquanto o Amazonas é a Austrália Brasileira, Rio de Janeiro é a Rússia e São Paulo é Mordor, o Paraná é a Oceania (a de Orwell, não a dos Hobbits). Professores que o digam. Mas tem também este puro, casal cristão, que reconhece os esforços de Jesus para trazer a paz ao mundo. Como o filho do Homem, Maravilhoso Conselheiro, Príncipe da Paz, morreu para nos salvar, nada mais do que justo de usar a mesma humildade e desapego de bens materiais para levar um pouco de luz ao mundo. Por isso, resolveram se despir de qualquer coisa que impedisse sua missão. De roupas, inclusive.

Tudo muito bem, tudo muito legal, mas tem um porém. Andar assim é crime por Ato Obsceno em Pùblico (erroneamente chamado “Atentado ao Pudor”), artigo 233 do Código Penal, com pena de detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa. Sendo Ato Obsceno descrito como

José e Maria (não sei se o nome deles é esse, vai José e Maria, mesmo, com menino Jesus encomendado. Ou não, não me interessa) foram informados que eles poderiam ser presos, mas “Maria” soltou que “se tivermos que pagar o preço, a gente vai pagar. Jesus não pagou na cruz? Então, não se preocupe”, e continuaram andando pelo bairro.

Ao que parece, eles esqueceram que nem Jesus agradou todo mundo, e não seria eles que agradariam. Os moradores chamaram os guardas de Herodes, digo, a PM. Os meganhas carregaram a dupla evangelizadora para contar historinha da Natividade para Caifás, digo, pro delegado, que os fez sair depois de tomarem um esporro e terem assinado um termo circunstanciado de ocorrência (procura no Google, isso aqui não é um blog jurídico).

O fato ocorreu em julho, noticiado no dia 31 de julho, pelo Paraná Online, mas só chegou nas minhas mãos através do Belo Horizonte de A a Z. É a rapidez da Internet!