Em briga de besouros, ganha quem sabe usar suas coisas

Desde que apareceram, artrópodes são os mais bem sucedidos animais da face da Terra. Seu exoesqueleto pode fazê-lo ser um tanque-de-guerra ou algo bem promissor para voar (ver Por que os besouros conseguem voar?). Com uma forte carapaça, pernas adequadas a qualquer tipo de terreno e capacidade de se organizar em sociedades, muitos artrópodes se mostram os verdadeiros senhores do mundo. E como todo senhor de suas terras, eles precisam lutar para sobreviver.

A Seleção Natural selecionou naturalmente (ugh!) aqueles indivíduos que ganharam de presente de seu DNA características que os ajudam a sobreviver, meio como seu cunhado ganhando um notebook. Só que não basta ter a ferramenta, é preciso saber uá-la ou acabará fazendo besteira. Meio como seu cunhado usando o notebook.

Erin McCullough é doutoranda da Universidade de Montana. Ela não é daquelas que curte matar barata no banheiro, pois ela prefere estudar besouros, daqueles cascudões feios e mau encarados (existe outro tipo?). Ela estuda como diferentes besouros defendem seus territórios, usando as armas que 3 bilhões de anos de Evolução Biológica deram. Enquanto alguns usam seus chifres e garras para empurrar os oponentes, outros partem logo pro confronto, buscando, encontrando e destruindo! Mas a Natureza é ética.

Como cada besourão tem uma configuração diferente, óbvio, seu modo de lutar será diferente. Por exemplo, o besouro-hércules (Dynastes hercules) que tem um enorme chifre curvado para baixo com outra curvada para cima, formando uma pinça, e é como uma pinça que ele luta. Agarra o lazarento que cismou de ciscar em seu terreiro (é uma figura de linguagem, gente. Besouros não ciscam!). Como todo bom artrópode, o besouro-hércules é forte (ou não teria este nome, também), capaz de levantar 850 vezes o seu peso.

O besouro-pinça (Golofa porteri) tem um chifre muito mais estreito com uma borda serrilhada, que ele usa para levantar e empurrar seu oponente. Ganha mais pela técnica do que pela força bruta. o hércules é mais trombador. Nisso, o besouro rinoceronte japonês (Trypoxylus dichotomus), tenta deslizar seu chifrão por baixo de seu oponente, para levantar o mesmo com uma alavanca e tirá-lo do combate. Meio como este vídeo aqui embaixo, filmado pela própria Erin:

Péra! Péra! Isso está parecendo um punhado de besouros tentando transar com uma besoura. Isso aí é um pornô besourício?

Ué. E você acha que um monte de marmanjo brigando seria pelo quê? "Onde está a minha cerveja, Rafael?". "Ah, vai te catar! Estou ocupado aqui!". "PORRA, RAFAEL! Sai da Lucinda!"

A pesquisa foi publicada na PNAS e nos mostra como tamanho pode não ser documento, mas usar seus apetrechos garantirá muito sucesso reprodutivo.

Estou falando dos chifres!

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