No mundo natural, não basta você ser bom de caçada, tem que viver mais um dia para caçar de novo. Quanto maior a capacidade de escapar de seus inimigos, mais fácil será fazer fuk-fuk com seu(ua) parceiro(a) e gerar outros como você (ou, de preferência, mais parecido com seu cônjuge, já que você é feio de doer).
Uma mosca de frutas encontrada nos Emirados Árabes mostra que não há limites para como a Natureza encontra subterfúgios para dar uma oportunidade aos seres vivos. O que ela tem de mais? Só o mimetismo de uma formiga em cada asa. Nada "oh, que legal!"
Capítulo 1: Mimetismo e Camuflagem
No mundo, seres vivos competem por recursos. Às vezes, um ser vivo é recurso DO OUTRO (um modo gentil de dizer "jantar"). Assim, seres evoluem e são selecionados naturalmente para não só caçarem, e ter comida na mesa, mas escaparem de virarem almoço, janta e café da manhã. A camuflagem é a capacidade de dar ao animal (ou planta) capacidade de se esconder no meio em que vive. por isso leões não são verdes e sim chiquíssimos tons pastel, por causa da savana em volta.
Não, ele não adquiriu esta capacidade PORQUE estava na savana. O fato de ESTAR na savana é que determinou qual animal teria mais sucesso e vingou mais os que se parecem com leões. Outro exemplo de camuflagem: camaleões, polvos etc.
Mimetismo é quando o animal IMITA o ambiente, como o bicho-folha, bicho-pau etc.
O mimetismo ajuda muitas espécies, como borboletas, por exemplo, que possui a imitação de asas com desenhos com padronagens que parecem grandes olhos, dando a impressão que se trata de um animal maior. Até mesmo aranhas se parecem com formigas.
Capítulo 2: Seleção Natural e Artificial
A Seleção Natural seleciona naturalmente, mas você deve ter deduzido pelo nome. O ambiente limita quais os indivíduos que estarão aptos a viver NAQUELE lugar. Leões são fortes? Selvagens? Ferozes? Poderosos? Solte-o na Antártida pra correr atrás de um pinguim. Boa sorte pra ele (o leão, claro. O pinguim fica de boa, no máximo sendo caçado pelo Batman).
Quando nós, macacos pelados, interferimos propositadamente no ambiente (seja para produzir uma flor de cor negra ou mesmo uma vaca – e vacas não existiriam sem nós), então chamamos Seleção Artificial.
Capítulo 3: Mosquinha 3-em-1
A Seleção Natural vem selecionando os seres dia-a-dia, desde que a primeira molécula surgiu. E até mesmo moléculas de RNA competem por recursos. E através disso, surgiu as moscas da espécie Goniurellia tridens, que teve de presente um mimetismo de uma formiga estampada em cada asa.
A drª Brigitte Howarth possui doutorado em Entomologia Ecológica e trabalha na Universidade Zayed, em Dubai.
Moscas nos Emirados Árabes Unidos não é algo OHHHH. Também não é raro que algumas delas (não necessariamente lá, apenas, mas em todo o mundo) tenham padrões de cores nas asas, muitas vezes em padrões estrelados, como a Trupanea actinobola, encontrada no Canadá.
A boa doutora boa estava em Omã, na Jordânia, em 2012. Ela estava de bobeira, olhando uns arbustos, quando viu a Goniurellia tridens e notou alguns insetos rastejando ao redor. Só que não eram insetos, e sim as asas da mosquinha amiga.
A primeira conjectura seria que essas padronagens ajuda a espantar predadores. mas quais predadores? De mosca que se borra de medo de formiga? E quando as asas estão sobrepostas, o desenho não lembra nenhuma formiga. Para que aquele desenho, então?
Para nada. Evolução não segue com uma meta pré-estabelecida. O fato que determinada característica dá alguma vantagem não implica que todas as modificações tenham obrigatoriamente que oferecer vantagens. Às vezes, entra-se numa sinuca evolutiva e o ser vivo não vai pra frente. Pandas, por exemplo, se não fossem bonitinhos e fofinhos já teriam ido pro ralo da Natureza há muito tempo, já que aquele troço lá não gosta de sexo e só come bambu. Mas como é risonho e inspirou desenho animado, virou xidó das pessoas e se esforçam para segurar a onda dele, ou ele fatalmente teria sido extinto ha muito tempo.
A notícia foi primariamente veiculada no The National, em junho de 2012, mas parece que ninguém deu bola, até que um twit publicado no The New York Times em 4 de novembro deste ano replicou esta informação. Daí, todo mundo se interessou.
É, eu sei que se passaram 15 dias até eu publicar. Bem, bem, nunca é tarde para aprendermos mais um pouco.
A mosquinha é algum grandessíssimo avanço da Ciência? Eu acho que é, pois qualquer descoberta é uma grande descoberta, pois nos faz prestar mais atenção nas coisas, desperta nossa curiosidade e nos faz nos aprofundar mais ainda, estudando mais e descobrindo coisas novas que antes não teríamos ideia que existiam.
Só fico triste com uma coisa. Todos estão perdendo tempo à toa. Nada disso existe. Se fosse verdadeiro, seria uma demonstração de complexidade vinda de padrões menos complexos. A verdade é que o grande Projetista Inteligente projetou esta mosquinha com formigas porque… porque… porque… Ah, olha aquela flor ali!
Insetos com características estranhas ao senso comum não é tão raro assim. Em outrora, já vi desde minhocas(?) que iam atrás de troncos de árvores podres para virarem um tipo de cogumelo (sério! ), à aranhas de jardim com cabeça de mosca (não, não confundi o pó do açúcar).
Cada coisa que a gente descobre quando criança…
CurtirCurtir
Há algum tempo vi um vídeo de uma serpente que mimetiza uma aranha (não gostei muito do vídeo porque não mostra o animal inteiro, então pode se alegar que se trata de uma armação?):
http://whyevolutionistrue.wordpress.com/2013/07/13/a-snake-mimics-a-spider/
Como meio de convencimento do poder da evolução natural, acho que seria o melhor que já vi. As pernas da aranha devem se tratar de escamas modificadas. Então, fica menos difícil de acreditar naquela história de uma nadadeira se transformando num membro e este “se ramificando no que seriam dedos”.
CurtirCurtir
@olhodn, Mimetisno nada tema ver com ligações entre animais que evoluiram de ancestrais comuns. Não há como as pernas da aranha serem “escamas modificadas”, já que o único grau de parentesco entre eles deve ser um verme ou protozoário comum há não menos de 1 bilhão de anos!
CurtirCurtir
@JCFerranti,
“As pernas da aranha devem se tratar de escamas modificadas.”
Estou me referindo às pernas da aranha falsa na parte de trás da cobra.
Não estou dizendo que as pernas das aranhas surgiram de escamas modificadas (sei que os ancestrais das aranhas não teriam escamas), nem que as pernas dos mamíferos surgiram de escamas (em relação a isto, existe até um documentário da BBC, O que Darwin nunca soube, que mostra que as nadadeiras de alguns peixes possuem um estrutura de “espinhas radiais” que poderia ter se modificado para produzir os membros).
O ponto é que, se escamas na serpente do vídeo podem se modificar para adquirir a forma de pernas e corpo (não funcionais) parecidos com uma aranha, então não é impossível imaginar que qualquer parte do corpo poderia se modificar num membro funcional ao longo de milhões de anos de evolução (talvez até algo que revestia o corpo de vermes que evoluíram para originar os ancestrais das aranhas).
Acho que no caso das escamas, a hipótese é que, nas aves, elas teriam se transformado em penas. Neste caso já li que existe alguma objeção no caso das penas usadas para o vôo, pois elas tem que ser assimétricas, impermeáveis e possuir muitas outras características especiais. Mas, casos de mimetismo como estes da serpente e da mosca, mostram que não é impossível que coisas tão complexas surjam apenas por meio de seleção natural.
O que quis dizer é que estes casos de mimetismo reforçam a incrível alegação que apenas seleção natural pode levar à mudanças como nadadeiras se transformarem em pernas, escamas se transformarem em penas, pés se transformarem em nadadeiras etc.
CurtirCurtir
@olhodn, Desculpe, entendi errado!
CurtirCurtir
@Almeida cara, eu vi quando eu era criança um documentário que passava na TV cultura, sobre essa tal “minhoca” que virava tipo um cogumelo, já procurei na internet mas nunca consegui encontrar, na verdade o bichinho saia rastejando, e se juntam vários deles para virar tipo algo parecido com um fungo, depois quando eram aquecidos pela luz solar esse fungo “explodia” e geravam novos bichinhos rastejantes. Muito interessante, mas não me lembro o nome exato da criatura, me parece que era chamado de mixoinseto, ou algo assim. Gostaria muito de encontrar mais informações sobre isso.
Já, sobre as moscas, acredito que exista alguma finalidade, talvez afastar determinado predador que gosta de moscas mas não gostam de formigas. Assim como o André citou os desenhos das asas das borboletas que se parecem com olhos, e na natureza, tudo o que tiver te observando é algo ameaçador, pode ser um predador, por isso o mimetismo.
Fico imaginando como o pavão é visto por outros animais quando abre aquele arsenal de olhos, deve ser aterrorizante, hehehe
CurtirCurtir
@Verme,
“Já, sobre as moscas, acredito que exista alguma finalidade, talvez afastar determinado predador que gosta de moscas mas não gostam de formigas.”
Não é uma finalidade, mas uma vantagem, você quer dizer! Seres não evoluem com objetivos especificos, mas obtêm vantagens da evolução, algumas vezes!
CurtirCurtir
“A boa doutora boa estava em Omã, na Jordânia, em 2012.”
Omã na Jordania… – não seria Amman, a capital da mesma?
CurtirCurtir
Ops.
CurtirCurtir