Nossos amigos chimps são muito parecidos com os seres humanos. Além de matarem-se, guerrearem com outros macacos, meterem a porrada uns nos outros e dar uns pegas nas fêmea alheias, eles também têm aquele sentimento de companheirismo, onde até saem de mãos dadas, mas sem cantar a música do Mágico de Oz já que eles não são retardados.

Pesquisadores estudam os diferentes tipos de aperto de mão que os chimps usam, cada um identifica um grupo ou tribo e ai daquele que apertar a mão errado.

Edwin van Leeuwen é doutorando do Departamento de Psicolinguística do Instituto Max Planck. Ele estuda as relações sociais de chimpanzés e como eles se reconhecem em seu grupo social, onde expressões de contato físico (como o apertar de mãos) indicam quem pertence a determinado grupo. A pesquisa foi publicada na PNAS (e você poderá ler o PDF se baixá-lo AQUI).

A ocorrência tem muito pouco a ver com genética, e o fato dos filhotes logo logo aprenderem a fazer isso é apenas porque é ensinado em seu grupo. Alegar que isso seria genético é o mesmo que uma mulher engravidar de um inglês e o filhote nascer de crista falando inglês. O ambiente também não tem a ver com isso, caso contrário eu levaria uma cobaia moça grávida pra Disney para que seu filho vindouro já nasça falando inglês (ou então com duas orelhas enormes e dizendo "Iac! Iac! Iac!".

Os pesquisadores observaram que os chimpanzés jovens aprendem a dar as mãos com os seus anciãos. Isso os ensina desde pequenos a qual grupo eles pertencem, enraizando a filosofia "nós e eles", aprendendo não só a qual grupo pertencem, como dito, mas quem não é do grupo. A vantagem em termos evolutivos é que u grupo protege-se mutuamente, o que lhes dão maior vantagem sobre grupos menos entrosados, digamos assim.

Aqui temos mais um vislumbre de como nossas sociedades surgirão. Não somos os primeiros a desenvolver o instinto social. A bem da verdade, somos os últimos e nem isso soubemos fazer direito. Cumprimentos, laços de amizade, sinais identificadores de grupos etc. Tudo isso o mundo animal já apresentava antes dos humanos toscos aparecerem e estragar o que já não era lá muito perfeito.