Artista coreano cria satélite opensource. Eu quero um!

Depois quando falamos que asiáticos são uma espécie à parte, falam que é racismo e xenofobia. Seria se eles fossem, sei lá,  um bando de idiotas que ficam rebolando em trajes minúsculos sob sons guturais e com letras fazendo apologia a drogas e sexo explícito. Song Hojun não é lá bonito, não tem coxa grossa e não seria bem-vindo nos bailes da Verônica Costa. Desiludido, ele resolveu criar um satélite de sucata.

Na Coreia do Sul, as universidades estimulam os alunos a darem aplicações práticas a toda teoria que aprendem. Com cerca de 440 dólares, Song construiu um satélite, o que ele achou um tanto mais complicado que construir um telefone celular, e eu imagino que o cara deve ter razão. Ele é estudante de engenharia, logo como não confiar?

O probleminha é que é um tantinho caro para lançar o treco no espaço. Para tanto, a empresa francesa NovaNano contribuiu com os cerca de 106 mil dólares necessários, onde o aparelho será lançado do cosmódromo de Baikonur.

O interessante neste satélite é que ele é aberto. É o chamado Open Source Satellite Initiative, que já rola desde 2010, onde detalhes poderão ser vistos no Google Books, onde o que mais gostei foi as ilustrações feitas com o top de linha em termos de manipulação digital (mesmo porque, sem dedos fica difícil desenhar). Abaixo, uma apresentação de Song.

Song Hojun se vê como um artista tecnológico, o que concordo plenamente. Se eu tivesse um blog, eu poderia me achar importante suficiente para fazer um trocadilho infame e dizer que Song fez música com peças encontradas em qualquer loja de peças eletrônicas.

E se algo eu adorei no vídeo acima foi a frase "I believe Science can never be perfect before we extinguished. I call Science is fantasy". Ciência é fantasia, é magia. Conseguimos fazer coisas maravilhosas, mesmo com poucos recursos. Eu concordo quando ele se vê como artista, pois o verdadeiro artista vê coisas que pessoas normais não imaginam e, antes de tudo, um cientista precisa ter esta visão.

Uma pergunta: o que nossos estudantes estão criando em suas casas?


Fonte: Reuters

5 comentários em “Artista coreano cria satélite opensource. Eu quero um!

  1. Já vi algumas bibliotecas de Python serem desenvolvidas e usadas unicamente para ciência, de geradores de gráficos a aplicações para serem usadas em Arduino, e é bem empolgante ver esse tipo de desenvolvimento meio standalone indo tão longe.
    Esse tipo de satélite caseiro já apareceu em uma edição do ano passado da SciAm Brasil, mas o projeto do artigo se chama CubeSat (http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=cubesats-photos&WT.mc_id=SA_printmag_2011-02).

    Lembrei também que “a onda dos satélites de garagem” estava em uma lista de possíveis acontecimentos científicos em 2012 da PopSci Brasil, duas páginas atrás da possível confirmação do bóson de Higgs. :smile:

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  2. Ele criou um satélite?! Eu li o artigo, mas meu cérebro continua bloqueado no título. É uma informação muito surreal para quem vive no Brasil.

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