Roma pode não ter sido o maior dos impérios, mas foi o mais fantásticos, em minha opinião. Sua sociedade, sua política e até sua religião (e não as da Grécia) são peças que ainda hoje podem ser encontradas na cultura ocidental de hoje. Todo o sistema judiciário brasileiro foi baseado no Direito Romano e não aquela babaquice de não cobiçar a mulher do próximo, como se ela fosse mais um utensílio como gado, terras, casa etc.
Em 1911, um arquiteto francês maravilhou o mundo com uma maquete de gesso de como seria a cidade de Roma na época de Constantino, no início do século IV. Um feito admirável, belo e muito importante. Hoje, podemos preservar isso através de tecnologia digital, mas tudo começou da forma um tanto quanto artesanal.
Paul Bigot nasceu em 20 outubro de 1870 em Orbec, França. Ele estudou arquitetura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em Paris. E enquanto ele estava vivendo na Villa Médicis, monsier Bigot apresentou um modelo do maior e mais estupendo edifício jamais criado pelos romanos: o Anfiteatro Flaviano, cuja construção começou durante o reinado de Vespasiano, mas só fora concluído durante o reinado de Tito. Era no referido anfiteatro que se tinha lugar o Circvs Maximvs, e se você não ligou o nome à pessoa, este anfiteatro foi cognominado como sendo colossal, ou, no bom latim, Colisevm! (reitero mais uma vez que eu escrevo em latim clássico, onde não existem as letras J, U e Z.)
A maquete do Coliseu ficou tão magnífica que ele construiu toda a cidade em volta, em puro gesso e com cerca de 70m² de área. Notável! Em 1908, monsieur Bigot foi convidado a mostrar seu modelo na Exposição Internacional de Roma de 1911, na seção de arqueologia. Mas o tempo corrói a memória e destrói preciosidades se não tomarmos medidas de salvaguarda. Assim, em plena era digital, as moléculas de sulfato de cálcio dão lugar a impulsos elétricos e geram bits de informação.
A versão digital foi criada por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores nas áreas de ciências sociais, Antiguidade, audiovisual e computação. Uma das maravilhas disso é que não é estático, e que poderá ser modificada mediante cada descoberta arqueológica venha ao nosso conhecimento. Além disso, os pesquisadores tiveram a ideia de mostrar uma Roma em vários estágios de evolução de sua cidade, com o aparecimento de novas ruas, praças de mercado entre outros projetos de desenvolvimento urbano.
Todas as informações a respeito poderão ser encontradas no site Le Plan de Rome, onde você poderá ler todo o material em francês (évidemment), inglês, italiano, espanhol, russo e árabe. Eles iam colocar uma versão em português, mas tiveram medo de ter preconceitos linguísticos, já que não ousariam escrever em miguxês. Nosso bom ministro Haddad enviou nota de protesto, através da embaixada brasileira na França, mas os rãs não deram bola.
É com trabalhos como o de Monsieur Paul Bigot que nossa história está garantida, apesar de desvios linguísticos e livros reescritos. Os fatos ainda estão lá e nossos netos ainda terão a possibilidade de admirarem-se com a beleza do trabalho e a maravilha que era a cidade de Roma.
Fonte: História Viva

Reconstituição quase perfeita. Se me pedirem para citar nomes de grandes impérios sem dúvida o Romano será o primeiro a vir na minha cabeça. Grego, Persa, Chinês, Mongol, Babilônio, Egípcio… Todos eles merecem minha admiração, mas Roma tem algo a mais e isto não está no filme Calígula. Talvez descubra assim que terminar de ler as obras de Tito Lucrécio e Sêneca, ou ler artigos de historiadores.
Uma pena Roma estar tão diferente.
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Divagando…
“…Colisevm! (reitero mais uma vez que eu escrevo em latim clássico, onde não existem as letras J, U e Z.).”
Me lembrei de “As aventuras de Asterix”, onde meu filho estranhou que a letra U não aparecia em certas partes do texto… :razz:
Divagando…somente divagando…
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ìncrivel este trabalho, o império romano com certeza foi o que trouxe grande contribuição para as civilizações modernas, tanto na área social como política, se não me falha a memória foi um imperador romano que institui a forma de eleições para escolher seus representantes ou estou enganado?
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@cesarcesc,
Pelo que me lembro a democracia e o voto começaram na Atenas antiga, lá pelo VI aEC, e desconheço algo anterior a isso em Roma.
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Mulheres não votavam, membros de certos grupos não votavam e 80% da população era escrava. Não vejo tanta democracia assim.
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@André,
Discworld é cultura:
“The Ephebians believed every man should have the vote.* Every five years someone was elected to be Tyrant, provided he could prove he was honest, intelligent, sensible and trustworthy. Immediately after he was elected, of course, it was obvious to everyone that he was a criminal madman, and totally out of touch with the people. And then five years later they elected another one just like him, and really it was amazing how intelligent people kept on making the same mistake. — Small Gods Terry Pratchett
*Provided that he wasn’t poor, foreign, nor disqualified by reason of being mad, frivolous, or a woman.” :mrgreen:
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@André,
Não vejo tanta democracia assim.
De qualquer modo, a democracia e o voto [começaram] por lá, não quer dizer que eram completamente implementados, mesmo hoje tenho sérias dúvidas se essa coisa chamada “democracia” existe mesmo.
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Esparta, ao contrário do que se pensa, era mais democrática. Creio (sim, apenas opinião) que o fato de serem cidades-estado pequenas, o sistema democrático era possível. No Egito, Assíria e Babilônia seria inviável dentro do contexto de grandes impérios. Nem mesmo as votações de Roma eram com relação a todo o império e sim no tocante à capital do império, mas posso estar enganado.
E, de qq forma, melhor uma democracia vagabunda como a nossa do que nenhuma. Pelo menos, posso apontar pro meu vizinho e dizer que a culpa é dele. ;)
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@André, certa vez li no livro de Paul Lafague Direito à Preguiça que na Grécia Antiga mesmo os escravos trabalhavam apenas três horas por dia. Existe alguma outra fonte que confirme isso?
PS: não sou marxista e sei que Paul Lafague não era historiador. Aliás, alguém que faz pacto de suicídio com a própria filha não é flor que se cheire. Desvio encerrado ;)
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certa vez li no livro de Paul Lafague Direito à Preguiça que na Grécia Antiga mesmo os escravos trabalhavam apenas três horas por dia. Existe alguma outra fonte que confirme isso?
HAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHA
Claro, claro. E ganham ticket refeição e vale transporte também, né?
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@André, Para defender a vagabundagem vale-tudo. :P Mas achei o livro interessante, e como todo cético fico com os dois pés atrás, por isso perguntei. ;)
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Iniciativa excelente, realista até os mínimos detalhes e muito interessante. Porém, a China Imperial ainda me é mais intrigante do que o Império Romano. Que vergonha, apesar da curiosidade, sou bastante ignorante sobre esse período da História Oriental :oops: .
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