Enzima sensivel ao oxigênio ajuda na criação de novos genes

Uma enzima sensível ao oxigênio foi encontrada desempenhando um papel fundamental na forma como a criação de muitos genes diferentes proteínas que compõem os nossos corpos. O achado mostra que a enzima, denominada Jmjd6, intervém diretamente no processo em que o DNA dos nossos genes sofrem uma espécie de Ctr-X/Ctrl-V, isto é, os genes possuem certas partes recortadas, para serem coladas em outro lugar, propiciando instruções para a criação de proteínas específicas.

A descoberta, relatada na Science por uma equipe liderada por cientistas da Universidade de Oxford e da Universidade Ludwig-Maximilians, em Munique, abre uma nova área de investigação em níveis moleculares de doenças cardíacas e câncer.

“Trabalhos anteriores na Universidade de Oxford demonstraram que algumas dessas enzimas, chamadas oxigenases, afetam os genes que são expressos em resposta aos baixos níveis de oxigênio. O que temos agora é que eles também regulam a forma específica como esta expressão fornece as diferentes proteínas que geram de tudo, desde células cardíacas até tumores”, disse Chris Schofield professor do Departamento de Química da Universidade de Oxford, e um dos autores da pesquisa.

Genes, armazenados sob a forma de DNA, são convertidos em proteínas por uma ” molécula intermediária” chamado ácido ribonucléico mensageiro – chamado RNA Mensageiro, ou ainda mRNA.

Genes individuais podem muitas vezes dar origem a muitas proteínas diferentes por causa de um processo conhecido como “splicing” que permite o corte e colagem do mRNA que é produzido a partir de DNA. O splicing só ocorre em células eucarióticas, já que o DNA das células procarióticas não possui íntrons (partes do mRNA que não irão codificar proteínas, ao contrário dos éxons – que podem codificar aminoácidos de uma proteína). É fundamental uma estrutura para clivar essas ligações entre os nucleotídeos. As proteínas nas quais a referida oxigenase, denominada Jmjd6, age estão envolvidos na regulação do processo corta/cola.

Angelika Böttger, que liderou o grupo Munique, disse: “A descoberta de um papel para uma oxigenase no splicing do mRNA revela que é muito provável que os níveis de oxigênio estão envolvidas na regulação quase todas as etapas do processo de expressão gênica”. Segundo a pesquisadora, o desafio agora é determinar a forma como as mudanças no padrão de genes diferentes ambientes quando oxigênio é escasso em termos de abastecimento, o qual possa permitir que aborde-se questões importantes, como “Por que células tumorais respondem diferentemente a baixos níveis de oxigênio do que as células normais?”

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