Como as primeiras moléculas replicantes replicavam

Um dos temas da Biologia que eu mais acho fascinante é a origem da vida na Terra. Simplesmente, é pura Química (vocês sabem que Biologia é Química aplicada, né?). O ponto-chave foi quando as moléculas orgânicas começaram a ter propriedades x-moléculas de se replicarem, formando o que seria um proto-RNA muito, muito tosco, mas que conseguia fazer o feijão-com-arroz dos seres vivos: Gerar cópias de si mesmo, nem que fossem cópias toscas, o que acabava por serem selecionadas pelo ambiente. Mas como era primeira molécula capaz de fazer cópias de si mesma? Coo era o processo de replicação?

Agora, temos a melhor explicação para este acontecimento, quando pesquisadores demonstraram como a primeira vida na Terra (na forma de RNA) poderia se replicar, usando um mecanismo químico totalmente diferente de qualquer outro que possa ocorrer naturalmente na Terra hoje.

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Pesquisadores criam sistema para detectar Zika por 2 dólares

Dengue virou muito mainstream. A onda agora é Zika, que sempre fez sucesso desde os tempos do Cartola. No mundo que não odeia ciência, vários esforços em estudar e combater a Zika tem ganho mais e mais verbas. O problema é levar as análises e processamento de informações para lugares onde Judas perdeu as meias (as botas, ele perdera uns 50 km antes). Como facilitar o processo, barateando a análise?

( ) Rezando pra Jesus
( ) Chamando os arautos da fosfoetanolamina
( ) Fazendo textão
( ) Usando a Ciência

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Quando, onde e como os insetos dominaram o mundo?

Sua arrogância o faz pensar que o Homo sapiens é a espécie mais bem sucedida do planeta? Bem, sim e não. Mas dependemos muito de nossa tecnologia ou já teríamos indo pro saco. Enquanto espécie, somos bem ridículos. Já os artrópodes, enquanto filo, são muito mais bem sucedidos, adaptados, com uma armadura natural digna do Homem-de-Ferro, mas no máximo seria um herói de queratina (e não, gente. Homem-Formiga é ridículo. É o Aquaman da Marvel!)

Entre os artrópodes, a classe Insecta está aí, feliz da vida, desde milênios, ou melhor, milhões de anos! O número de espécies fica entre 800 mil e 1 milhão, o que dá cerca de 80% de TODAS as espécies viventes no planeta. Mas fica a pergunta: Quando e como os insetos chegaram a este espalhamento por sobre a face da Terra? É o que mais de 100 cientistas em todo o planeta procuram responder.

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Origem da vida via RNA é reforçada a ferro, mas não a fogo

Nós já tínhamos publicado pesquisas indicando que o RNA possa ter sido o ponto de partido para a origem da vida (veja aqui tudo o que já foi publicado envolvendo RNA). Entendemos hoje o RNA como um catalisador, isto é, uma substância que propicia e promove reações químicas. Mas uma pesquisa mostra agora que não é só isso. Ele era bem mais fortemente ativo há alguns bilhões de anos, quando a vida ainda nem era o que se podia chamar de vida.

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E o RNA viu que era bom e ficou satisfeito…

O chato de dialogar com pessoas com baixa escolaridade é ter que explicar milhões de vezes a mesma coisa. É tentar dizer que massa é uma coisa e peso é outra. É tentar dizer que vidro é uma coisa e petróleo é outra. É tentar dizer que seres humanos são uma coisa e um punhado de barro é outra. E mesmo assim a criatura de baixa escolaridade e sinapses faltando irá tentar dizer que maçã é alface, pois ambas são legumes.

Origem da Vida não é a mesma coisa que Teoria da Evolução, mas quem estudou num colégio sabe disso. As pesquisas são diferentes e não pelos mesmos cientistas, pois é difícil você levar uma pesquisa à frente, quanto mais várias pesquisas díspares. Nisso, pesquisadores estudam a interação de moléculas de RNA como catalisadores, de forma que eles foram pontos fundamentais para o surgimento da vida. (sim, eu sei que isso abala convicções).

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Cientistas pesquisam célula cancerosa com sistema de auto-destruição

Bom dia, senhor Phelps.

Se antes o problema do câncer é que… bem, ele é um bando de células ensandecidas, loucas para lhe devorar de forma voraz e impiedosamente, mostrando como os desígnios do Projetista Inteligente mostram-se bons, justos e misericordiosos. Imagine, senhor Phelps, como seria muito melhor se o seu sistema reconhecesse uma invasão de espiões inimigos, rotulando-os e sabotando-os, de forma que eles mesmos se aniquilasse, protegendo a sua base. Isso não parece uma tarefa difícil, senhor Phelps. É uma missão impossível, mas dois pesquisadores do MIT resolveram aceitar a missão.

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Cientistas revelam novas funções do RNA

Por muito tempo, achou-se que o RNA agia como “garoto de recados” do DNA. É o famoso RNA Mensageiro (RNAm). No entanto, parece que nosso amiguinho é mais importante do que se imaginava inicialmente. Pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center (BIDMC) – que NÃO FICA em Israel -, animados com o Código DaVinci, Código Michelângelo e outros códigos, sugerem agora que há segredos ocultos no RNA, pois há mais coisas ali do que poderia sonhar a nossa vã filosofia.

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Cientistas estudam o processo infeccioso do Ebola

ebola.jpgSe você curte cinema, deve ter se lembrado do filme Epidemia, onde Dustin Hoffman estava com uma enorme batata quente na mão, tentando descobrir uma vacina para conter o contágio em níveis apocalípticos numa cidade dos Estados Unidos. Como todo filme, o mocinho resolve o problema no final, pegando o macaco que serviu de hospedeiro (o filme é velho, se você ainda não tinha visto, problema seu) e usando seu sangue para fazer a vacina.

Deixando as atrocidades científicas que o filme comete (a única coisa verdadeira lá são os laboratórios do CDC), talvez agora saibamos como age o Ebola, já que pesquisadores da Universidade Estadual de Iowa, Estados Unidos, descobriram como o mortal vírus do Ebola é… bem… é mortal.

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Publicado o primeiro volume da Enciclopédia Microbiológica

Cientistas adoram bactérias. Não porque elas podem ser patogênicas ou ajudar no nosso trato digestivo; mas porque são seres vivos simples e nos fornecem dados importantes, onde podemos mapear muito facilmente seu código genético. Alguns cientistas separam as classificações Archaea e Bacteria como dois reinos independentes, mas a maioria ainda classifica ambas como pertencentes ao mesmo reino: o Monera, embora este esteja caindo em desuso.

Archaeas são organismos procariotas (seu material genético não está protegido por uma membrana nuclear, e sim disperso como pedaços de macarrão numa sopa), sobrevivendo em ambientes extremos, como fontes de água quente, lagos ou mares muito salinos, pântanos (onde produzem metano) e ambientes ricos em gás sulfídrico e com altas temperaturas; por isso, são também chamados de Extremófilos. Como são seres muito rudimentares, qualquer deriva genética incapacitará sua aptidão de sobreviver nesses locais. Por isso, sua variância é quase nenhuma, pois as espécies derivadas desses extremófilos não estavam aptos para sobreviver e morreram sem deixar descendentes. A Seleção Natural dá, a Seleção Natural toma.

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Desvendado base do sistema imunológico das bactérias

Bactérias são seres vivos que dependem de hospedeiros. Todos nós temos essas criaturinhas incríveis que ajudam a nossa absorção de nutrientes (sim, seu corpo está cheio de bactérias). O problema é que nosso corpo não vê com bons olhos estes seres e tratam de atacar qualquer coisa estranha. No entanto, bactérias se defendem de nossos sistemas de defesa, já que elas não querem ser destruídas.

Além do sistema imunológico dos hospedeiros, as bactérias ainda possuem outros inimigos naturais, como os vírus bacteriófagos, que, como o próprio nome diz, alimentam-se de bactérias. Para isso, a Seleção Natural determinou que bactérias com uma adaptação que as permitisse lutar contra seus inimigos pudesse resistir mais tempo, gerando descendentes etc. Continuar lendo “Desvendado base do sistema imunológico das bactérias”