Essa coisa esquisitona aí do lado não é nenhum alienígena sem os braços. Trata-se de Flame, um robô desenvolvido pelo do Departamento de Engenharia Biomecânica da Universidade Tecnológica Delft, Holanda, e que é o primeiro robô que consegue andar com alto grau de estabilidade e que não consome grande quantidade de energia. O seu modo de locomoção simula a forma humana de caminhar e poderá pessoas com dificuldade para andar a recuperarem parte de seu movimento.

Embora já existam robôs bípedes desde os anos 1970, pouquíssimos deles imitam realmente a forma de andar do ser humano, justamente pela sua complexidade. Flame – como foi batizado – é capaz de realizar uma caminhada sobre duas pernas de modo semelhante ao dos seres humanos (veja vídeo abaixo), o que pode auxiliar pesquisadores a entenderem melhor como as pessoas realizam esse movimento. O robô poderá ser usado no desenvolvimento de equipamentos de reabilitação e treinamento de pessoas com deficiência motora em razão de acidentes ou derrames cerebrais.

O enfoque mais utilizado para ensinar robôs a andar não difere muito da programação dos robôs industriais: uma série de movimentos discretos, fixos e precisos, executados em seqüência. O resultado é o clássico “andar robótico”, sem ginga e “quadrado”, como dizem os roboticistas. Embora eficiente, esse enfoque é caro de se implementar, consome muita energia, devido à grande quantidade de motores que exige, e não tem nenhuma flexibilidade.

Já o andar humano é mais fluido, se caracterizando pelo que Hobbelen chama de “uma queda controlada para a frente.” É essa queda controlada que sempre foi vista pelos roboticistas como um movimento instável. Para provar o contrário, Hobbelen inventou uma técnica para medir a estabilidade da forma como os seres humanos andam. Foi esta técnica inovadora que permitiu que ele construísse o Flame, que possui apenas sete motores, um “órgão” de equilíbrio e vários algoritmos que incorporam a técnica criada por Hobbelen e que garantem a estabilidade do robô. Esse “órgão” é capaz de, por exemplo, enviar uma informação para os pés do robô para que ele rapidamente dê um passo maior para prevenir uma queda potencial.

A construção do robô permitiu o maior entendimento do processo de caminhada dos seres humanos. Além disso, pode auxiliar o desenvolvimento de equipamentos mais avançados para ajudar na reabilitação de pessoas que perderam parte de sua capacidade de locomoção.

A Universidade Tecnológica Delft é pioneira na construção de robôs que simulam a forma humana de caminhar. Junto com outras universidades da Holanda, a instituição desenvolveu robôs que integram a seleção holandesa que participará da Copa Mundial de Futebol de Robôs, este ano na China.

Sem modéstia, o pesquisador afirma que o Chama é o mais avançado robô andarilho que existe, ao menos na categoria de robôs que adotam o princípio de andar do ser humano. E por que Hobbelen seria modesto? Sua criação é… se me permitem o trocadilho, algo flamejante. Observem o vídeo abaixo e vejam se estou exagerando. ;-)

Fontes: Inovação Tecnológica e Ciência Hoje Online