
Guerras trazem o melhor e o pior das pessoas. Às vezes o pior do pior, o melhor do pior, pior do melhor, melhor do melhor (esse é raro). Quando se coloca políticos em cena, a chance de sair alguma batatada é gigante, ainda mais quando alguns resolvem falar de improviso. Algumas mulas saúdam a mandioca, outros mandam um duela a quiém duela e tem o idiota que deu uma forma bem simples de acabar com o arranca-rabo em Gaza (estou falando do atual. Aquela merda vive em briga, parecendo final de campeonato de futebol): fazer como em Hiroshima e Nagasaki.
Tim Walberg é deputado pelo Michigan, pelo Partido Republicano. Você sabe, aquele estado que brasileiro nunca ouviu falar, pois acha que EUA se resume em Nova York, Califórnia, Disney e Havaí. Tim estava num encontro com eleitores em 25 de março (a data, e não a rua de São Paulo). Ao ser questionado o que fazer com, o conflito em Gaza, Tim mandou de pronto que Gaza deveria ser tratada “como Nagasaki e Hiroshima”.
Eu acho que não preciso te contar o que aconteceu lá, né?
Isso foi a maior saia justa. Não que outros não tenham pensado nisso (eu pensei também, mas não saio dizendo minhas opiniões junto a eleitores, ainda mais que eu não me candidato a nada).
Na resposta, Walberg quis dizer – segundo a assessoria e o DCMDPP, ou Departamento de Contenção de Merda Dita Por Políticos – que ele não acha que os EUA deveriam fornecer assistência humanitária a Gaza, e sim arrumar uma forma de acabar com o conflito rápido. Realmente, ele estava certo num ponto: duas bombas atômicas fizeram o Japão parar com aquele lance de insistir na guerra, e isso porque algum imbecil não ouviu o Almirante Yamamoto que mandou um “já avisei que vai dar merda, imperador” (paráfrase).
Ah, sim, Walberg acha que deveria usar a mesma tática para resolver o entrevero entre a Ucrânia e a Rússia, dando bons motivos para Putin parar com esta guerra. Eu até concordaria com ele, mas, de novo, devo dizer que isso não pega bem pra algum candidato a cargo político, esperando ganhar votos. Não que não vá ganhar uns votos por causa disso, mas disperso-me.
Fonte: New York Times

Um comentário em “Político politicando: quer resolver conflito como adultos (da Guerra Fria)”