Pesquisadores descobrem que romanos não eram tão limpinhos assim e carregavam até percevejo consigo

Os romanos, conhecidos pelas suas proezas em engenharia e contribuições para a saúde com seus famosos banheiros públicos, privadas comunitárias, com um sentadinho do lado do outro, podem ter deixado um legado inesperado na Grã-Bretanha: os percevejos. Arqueólogos que trabalham em Vindolanda, uma guarnição romana ao sul da Muralha de Adriano, em Northumberland, fizeram uma descoberta rara que lança luz sobre a origem de percevejos na terra do pessoal do chá das 5.

A descoberta veio quando Katie Wyse Jackson, uma estudante da University College Dublin especializada em arqueoentomologia (insetos bem velhos e sua relação com o Homem), descobriu dois tórax que se acredita pertencerem ao percevejo comum (Cimex lectularius) em uma das camadas mais baixas de Vindolanda, datando de cerca de 100 EC.

O dr. Andrew Birley, que chefia a equipa arqueológica de Vindolanda, expressou a raridade de tais descobertas em contextos antigos. Já menina Katie observou que “encontrar esse tipo de coisa ajuda a humanizar as pessoas do passado”. E nada é mais humano que falta de higiene. Katie destacou que os romanos, incluindo o Plínio, o Velho, atribuíam valor medicinal aos percevejos, utilizando-os no tratamento de doenças como infecções de ouvido. Segundo nossa estagiária (sim, é isso o que ela é), esta visão das crenças antigas acrescenta profundidade à nossa compreensão dos romanos e da sua relação com o mundo dos insetos.

A grande importância dessa descoberta é que assim se descobre a relação da origem de insetos na Grã-Bretanha, quando antes ficava-se encafifado com a origem destes pequenos monstrengos. A presença destas pragas desafia a percepção predominante dos romanos como excepcionalmente limpos. O pessoal da Capital do Império até poderia ser, mas não era em larga escala.

O estudo de Katie vai além dos percevejos, pois ela analisa amostras de solo para obter informações sobre comércio, armazenamento de alimentos, higiene e eliminação de resíduos com base nas espécies e quantidades de insetos presentes. Ao contrário da imagem original dos espaços habitacionais romanos, as descobertas revelam uma coexistência com insetos sinantrópicos – aqueles que vivem em estreita proximidade com os humanos.

A pesquisa foi publicada em 2019 na Current Biology. Sim, tem esse tempo todo, mas resolveram noticiar agora e eu aproveitei o ensejo.

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