Esta notícia vem direto de Carrara, Itália. Sim, é daí que vem o tal mármore, cuja sabedoria popular corrompeu o ditado para que os filhos fossem cuspidos e escarrados. E se você olha triste para suas mãos achando que nunca será um Miquelângelo, você tem toda razão, nunca será; mas não é por causa disso que você não poderá ser um escultor. É tudo uma questão do principal mote da engenharia: nada é impossível tendo tempo e dinheiro, ainda mais tendo o primeiro.
Assim, se você tem uma graninha, poderá conseguir um 1L, um robô de cerca de 4 metros de altura capaz de mandar bronca e fazer o trabalho de vários escultures, como diz Giacomo Massari, proprietário da Robotor, a empresa por trás da invenção.
Antes de continuar, um adendo: escultores como Gian Lorenzo Bernini tinham muitas encomendas. A rigor, nem ele nem os outros artistas renascentistas teriam tempo para produzir todas as obras. O que Bernini fazia era uma escultura pequena em argila, mostrava pros aprendizes e dizia que queria um daqueles com tal e tal tamanho, e os aprendizes que se virassem. Da Vinci começou fazendo pequenas figuras nos quadros que depois seriam assinados por Andrea del Verrocchio.
Dito isso, portanto, eu não acho que é bem uma trapaça usar um robô para fazer o trabalho detalhista que você não pode fazer. Você pode fazer um pequeno e mandar o robô reproduzir, ou usa um sistema CAD, ou o céu é o limite. O robô será detalhista como os melhores escultores. É mérito apenas do robô? Acho que não.
A CBS fez uma matéria sobre isso.
“É mérito apenas do robô? Acho que não.”
Não é. Ele é uma ferramenta. Tipo uma talhadeira sofisticada. Quem não manja de escultura não vai conseguir esculpir nada mesmo que tenha o robô.
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