Eu gosto quando algumas pesquisas são o puro óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues. Não que algumas delas não sejam necessárias. Até são, mas isso porque as pessoas são absurdamente estúpidas e insistem e fazer merda, como andar pela rua entretido com a fuça no celular.
Pensem comigo: o desgraçado vem andando pela rua, com o focinho virado pro celular e o pescoço torto. O que poderia dar de legal disso? Bem, segundo pesquisadores da Universidade Rutgers, ferimentos na cabeça e pescoço ocorridos ao andar com um celular, ou mesmo quando estão dirigindo e usando celular (o miserável além de atropelar alguém ainda pode ter dor no pescoço, mas não larga aquela bosta!)
O dr. Boris Paskhover é cirurgião especializado em Cirurgia Plástica Facial e Reconstrutiva e professor-assistente do Departamento de Cirurgia Otorrinolaringológica de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina da Universidade Rutgers New Jersey. Você quebra a fuça ao cair num bueiro por não ter olhado por onde anda, e o dr. Boris é que vai remendar a sua cara feia, embora não possa extirpar a sua idiotice.
Paskhover e sua equipe revisaram 2.501 pacientes do departamento de emergência que sofreram lesões na cabeça e no pescoço resultantes do uso de celulares entre 1998 e 2017. Eles encontraram um aumento constante de lesões ao longo do tempo, juntamente com picos notáveis. Motivos ara isso? Uso de celulares. Assim que smartphones ficaram mais usuais, mais pessoas ficaram feito retardadas olhando pra tela, sem se preocupar com a carga sobre sus pescoços.
Eu já tinha publicado uma outra pesquisa que analisava o stress sobre os ossos do pescoço em relação ao ângulo que a cabeça estava inclinada. Se fosse só isso, estaria ótimo… ok, não estaria nada ótimo, mas piora! Não só há as contusões, como ainda tem lesões como cortes, abrasões e até mesmo lesões internas, especialmente ao redor dos olhos e nariz. Ou seja, o imbecil que anda pela rua e não desgruda a cara do celular está só se ferrando, para a felicidade do sistema de saúde americano, que cobra 10 mil dólares por uma ambulância.
Mais de 41% dessas lesões ocorreram em casa e eram menores, então, deixavam pra lá, porque, ah!, não era lá grande coisa. Cerca de 50% resultaram de ficar dirigindo e cerca de um terço caminhando pensando na morte da bezerra eletrônica. Obviamente, se somar dá mais de 100% e eu não estou nem aí. A pesquisa não é minha.
Crianças com menos de 13 anos tiveram uma probabilidade significativamente maior de sofrer um ferimento mecânico, como bateria de celular fazendo o favor de explodir perto da cara ou os pais derrubando acidentalmente o aparelho em uma criança. Eu só fico impressionado como esse pessoal ainda tem alguma capacidade cerebral para continuar respirando por conta própria.
A pesquisa foi publicada no periódico JAMA Otolaryngology-Head & Neck Surgery