Vegans sempre soltam trocentos “artigos científicos” mostrando os problemas das carnes. O fato que esses artigos não dizem o que eles alegam dizer é secundário, principalmente no tocante ao conceito de carne vermelha, carne processada e carne ultra-processada. Para defender a narrativa, jogam tudo no mesmo balaio, quando outros alimentos ultra-processados não são saudáveis da mesma forma. O problema é que uma recente pesquisa andou revendo o que foi publicado sobre carnes vermelhas e chegaram num veredicto que não se pode ignorar: há falta de evidências que carnes vermelhas in natura e processadas sejam tão perigosas quanto se alegava, e pede uma revisão em larga escala.
Sim, vão dizer que foram financiados pela indústria da morte blábláblá. Já sabemos do lenga-lenga.
O dr. Bradley Johnston é professor-associado do Departamento de Saúde Comunitária e Epidemiologia da Universidade Dalhousie, no Canadá. Junto com outros 13 pesquisadores, ele resolveu examinar pelas evidências que sustentam as recomendações para redução nas porções. o World Cancer Research Fund, por exemplo, recomenda evitar carne processada por completo ou comer muito pouco dela, enquanto limitam a carne vermelha a cerca de três porções por semana. Já o Departamento de Saúde e Assistência Social do Canadá também recomenda que quem come mais de 90g de carne vermelha ou processada por dia deve tentar reduzir para 70g ou menos. Acontece que, segundo o trabalho de Johnston, não há evidências que sustentem tais alegações.
É saudável comer carne vermelha normal e processada? Não, mas feijão enlatado também não é. Antes de continuarmos, você já deve estar se perguntando qual a diferença entre alimento processado e ultra-processado.
A comida natural é exatamente isso. Vem embaladinha e pronta pra ser preparada. Prestaram atenção no “preparada”? Pois é, ela não está sem calcinha (nem com calcinha). Você quer um bife, vai no açougue e compra a carne. Chega em casa e frita. Ou coloca na geladeira para o dia seguinte, ou congela se quiser conservar por mais tempo. Mercados precisam de ter espaço de armazenamento, e precisam investir em compra de grandes quantidades de forma a ter preço para poder vender com margem de lucro, descontando impostos, encargos trabalhistas, tarifas de água e luz etc. Então, temos os alimentos processados, preparados para se conservarem melhor. Dentre os tipos de conservação há a refrigeração e adição de substâncias conservantes, como sal (você sabe, a carne seca e o bacalhau), açúcar (frutas cristalizadas), óleo, pimenta ou vinagre, normalmente acondicionadas em frascos, potes, latas ou embalagens comuns, como é o caso dos queijos, presuntos, mortadelas e demais “frios”. Podem também passar por pré-cozimento (as batatas pré-fritas), secagem, fermentação, defumação, entre outros.
Já os alimentos ultra-processados são produzidos com a adição de muitos aditivos e ingredientes, com substâncias com códigos inexcrutáveis como conservante INS 213 (a saber, benzoato de sódio, o que não faz a menor diferença, pois 99% não sabe do que se trata). Além disso podem conter corantes, sal, açúcar, óleos, gorduras, proteínas de soja, do leite, extratos de carne entre outras coisas. Estes alimentos têm prazo de validade maior, podendo ser acondicionados por mais tempo. De novo, enlatados, mas não apenas. Tem também aquelas lasanhas congeladas que você não sabe quando efetivamente foram preparadas, biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes e os miojos da vida.
Segundo Johnston, as evidências que ligam as carnes a sérios problemas de saúde, como câncer e doenças cardíacas são fracas, não apresentando este terror todo que falam. Novamente, como falei antes, o problema está no miserável se entupindo de comida, mas que no final, tudo em demasia faz mal, não por exclusividade da carne vermelha (a carne branca está tudo ok).
Dos 12 ensaios clínicos randomizados que incluíram cerca de 54.000 indivíduos, a equipe de Johnston não encontrou nenhuma associação estatisticamente significativa ou importante no risco de doenças cardíacas, câncer ou diabetes para aqueles que consumiram menos carne vermelha ou processada.
A pesquisa foi publicada no periódico Annals of Internal Medicine