Você já participou de aula de Física no colégio, em que o professor te deu um cano de PVC e um punhado de fio de lã para você ficar atritando. Você ficou com vergonha, todo mundo soltou um “esfrega aqui também”, você foi reclamar de bullying e aí mesmo que todo mundo ficou te zuando. Este fenômeno é chamado “triboeletricidade”, o processo pelo qual materiais se eletrizam em consequência de atrito. Daí você pensa: pô, seria maneiro se usasse isso para gerar eletricidade, né? Bem, seria, mas o problema é que é ineficiente para grandes cargas, tipo o seu celular. Mas e se fossem nanodispositivos?
Bem, é isso o que pesquisadores da Universidade Purdue estão pesquisando.
O dr. Wenzhuo Wu é professor-assistente do Departamento de Engenharia Industrial da Universidade Purdue. Ele estuda dede nanotecnologia até interface homem-máquina, provavelmente visando construir um exoesqueleto ou mesmo o Robocop. Enquanto ele não tem verba suficiente para isso, nem foi descoberto pela OCP, Wu resolveu direcionar seu trabalho para nanomáquinas que serão empregadas em dispositivos vestíveis.
O principal foco desses dispositivos vestíveis (ou wearables) são sistemas de monitoramento médico. O problema, em tese, seria trocar a bateria, mas o que a pesquisa do dr. Fu Manchu Wu tenta é que o próprio corpo gere eletricidade para carregar as baterias por meio de triboeletricidade. Não, não vai gerar 1,21 GW, mas você só quer uma nanomáquina carregada e isso qualquer pentelhésimo de Watt dá conta.
O nanogerador triboelétrico desenvolvido por Wu e seu pessoal é feito à base de metal líquido, chamado LMI-TENG (Liquid Metal Inclusion-Triboelectric Nanogenerator), que pode produzir quantidades significativas de eletricidade a partir de movimentos naturais do corpo, como os das mãos ou pés. Como a tecnologia é baseada em componentes líquidos, ela é particularmente adequada para se adaptar ao corpo humano, sem oferecer nenhuma restrição de movimento.
Quer videozinho? Toma videozinho!
Não, óbvio que não há nenhum dispositivo já pronto. Wu e sua galera ainda estão desenvolvendo o sistema de geração de energia. Cabe aos engenheiros das grandes empresas criarem dispositivos que possam usar essa tecnologia, desde relógios até um sistema de monitoramento cardíaco. E isso com a energia que você mesmo pode gerar.
A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Materials Chemistry A