Com a onda vegan, veio o pessoal dizendo que soja pode muito bem substituir tudo da alimentação animal. Carne de soja, leite de soja, qualquercoisa de soja etc. aliás, é um ponto interessante que eles precisam que os alimentos à base de soja pareçam com comida de verdade, pois eles mesmos não aguentam olhar praquilo e precisam disfarçar. Bem, deixando isso de lado, estão até alimentando crianças com alimentos derivados de soja em larga escala. O resultado? Bem, meninas alimentadas com alimentos derivados de soja são mais propensas a desenvolver dor menstrual severa quando adultas. Deve ser algum complô da indústria da morte, MUAHAHAHAHAHA
Só que não.
A drª Kristen Upson é pesquisadora do Grupo de Saúde Feminina do Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Ciências da Saúde e do Ambiente. Ela pesquisa os resultados da exposição de alimentos de soja em meninas para acompanhar o que acontece ao se tornarem mais velhas. Assim, ela e seus colaboradores examinaram dados de 1.553 afro-americanos do sexo feminino, com idade compreendida entre 23 e 35 anos.
As mulheres com dieta à base de soja desde bebês eram 50% mais propensas a ter desconforto menstrual moderado ou grave entre as idades de 18 e 22 anos, e 40% mais propensas a fazer uso de anticoncepcionais hormonais para ajudar a aliviar a dor menstrual.
De acordo com Upson, estudos anteriores em cobaias sugerem que a exposição precoce à genisteína interfere no desenvolvimento do sistema reprodutor, incluindo fatores envolvidos na dor menstrual. A genisteína é fitoestrogênio, pertencente à categoria das isoflavonas, encontrada em abundância na soja. Algumas pesquisas estudam sua ação contra o câncer de uma maneira geral, como em casos de câncer de próstata e câncer de mama. O problema é que, além de afetar o sistema reprodutor feminino, a genisteína causa mudanças no desenvolvimento que podem continuar até a idade adulta.
Entretanto, dores menstruais intensas não são a única condição adversa. Pesquisadores já tinham feito a ligação entre a alimentação à base de soja à endometriose, uma condição em que o tecido que normalmente reveste o interior do útero cresce no exterior. Upson vinculou ainda que mulheres que foram alimentadas com dieta à base de soja possuem miomas maiores do que mulheres que não se alimentaram de soja. O mesmo aconteceu no caso de sangramento menstrual; mulheres que se alimentavam com soja desde crianças apresentam sangramentos mais intensos do que as que não se alimentavam com soja.
Já está ruim o bastante? Bem, bebês alimentados com soja apresentavam alterações nas células da vagina, incluindo diferenças na forma como os genes específicos são expressados ou não. Resumindo, alimentar meninas com alimentos à base de soja causa vários problemas, senão imediatos, mas futuros, afetando seriamente órgãos sexuais, sistema reprodutor e uma gama de outras alterações. Qual seria o limite desejável de alimentos ricos em soja? Ainda não se sabe, mas é bom reduzir isso aí.
A pesquisa foi publicada no periódico Human Reproduction