Todo mundo sabe que trabalhar em equipe é um saco; ainda mais quando o professor é que resolve ele mesmo montar os grupos para fazer o trabalho. A maioria das pessoas não sabe trabalhar em grupo e isso é uma dor de cabeça para chefes, a despeito das bobajadas que esses “coaches” dizem nas palestras. A verdade é que estamos bem inferiores aos chimpanzés, que não veem problema nenhuma em trabalhar em grupo, como é comprovado numa pesquisa recente, em que os chimps são espertos não só na divisão de tarefas, como assumir a tarefa de um dos amiguinhos quando necessário.
A drª Dora Biro é pesquisadora do Departamento de Zoologia da Universidade de Oxford. Sua pesquisa foca nos mecanismos e consequências da vida social e organização social dos animais, examinando a tomada de decisão do grupo e a aprendizagem social no contexto da navegação por pombos-correio, e o surgimento e manutenção da cultura entre chimpanzés selvagens.
Segundo Dora, a Aventureira da Zoologia, o comportamento de coordenação é um componente essencial de muitas situações sociais e pode permitir a grupos de indivíduos resolverem conjuntamente os problemas. Como bem sabemos, grupos sociais que resolvem juntos os seus problemas são grupos mais unidos e mais capazes de se protegerem mutuamente, lhes dando uma vantagem maior sobre a tribo daqueles FDP que estão de sacanagem conosco. Bóra nos juntar e irmos dar um piau neles!
Dora adora fazer experimentos com chimpanzés. Sendo assim, sua pesquisa examinou as habilidades dos chips de forma a analisar como eles se coordenam para solucionar um enigma computadorizado em etapas. Num dos exercícios, os números 1 a 8 foram divididos entre duas telas, com pares de chimpanzés necessários para se revezar para garantir que os números fossem pegos na ordem correta. Por exemplo, uma tela sensível ao toque pode ter mostrado 1, 5, 7 e 8; os outros 2, 3, 4 e 6. Os chimpanzés foram recompensados ??com pequenos pedaços de maçã ao completar com sucesso a tarefa.
Dos seis chimpanzés no estudo – três pares de mãe e filho – todos alcançaram altos níveis de precisão desde o início. Os jovens chimpanzés cometeram menos erros e foram mais rápidos de responder do que suas mães. Entretanto, durante os testes de controle envolvendo cada chimpanzé trabalhando individualmente com um programa de computador, as mães foram mais rápidas, sugerindo que os jovens chimpanzés são melhores em prestar atenção às mães do que vice versa.
Em outras palavras, os chimps filhos prestavam mais atenção nas mães e as auxiliavam quando necessário. Quando era na base do cada um por si, eles não eram tão eficazes. Durante o aprendizado do uso de ferramentas por chimpanzés selvagens, também pode-se observar que indivíduos jovens prestam mais atenção aos mais velhos do que o contrário. Esse tipo de assimetria tem implicações importantes para a direção do fluxo de informações.
É óbvio que você se interessou, não é, mesmo? Então, fique feliz. A pesquisa está disponível na íntegra, digrátis, para quem quiser ler no periódico Scientific Reports.