Eu acho muito engraçado pessoal chilicando com o corte de verbas do Ministério de Ciência e Tecnologia. Parece até que Ciência no Brasil vivia com rios caudalosos de verba. Bem, não vive e basta você fazer uma pesquisa aqui mesmo para ver isso. Ficam “mimimi não tem verba, mimimi”, chegando ao ponto de ganhadores do prêmio Nobel mandarem uma carta pro Temer. O que esses ganhadores do prêmio Nobel não sabem é que tipo de ciência o Brasil gosta de financiar.
Pessoal dos departamentos de Antropologia das Universidades adoram usar seus gostos pessoais e serem financiados por isso. Lembra do Tedson, que caiu de boca na pesquisa? Pois é. Na Universidade Federal Fluminense, uma tese de doutorado em Antropologia veio com o magnífico e importantíssimo título: Festas de orgia para homens: territórios de intensidade e socialidade masculina.
O dr. Victor Hugo de Souza Barreto (a tese foi bem aceita) é doutor em Antropologia, que no Brasil significa o cara adorar sair pra fazer participar de umas surubas. Entre os trabalhos publicados pelo Victor temos:
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A “putaria” nas orgias: diferença e singularidade no corpo orgiástico. In: 38º Encontro Anual da ANPOCS, 2014, Caxambu, MG. Anais do 38º Encontro Anual da ANPOCS, 2014.
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Os “boys” das saunas cariocas: etnografia do desejo e das práticas da prostituição masculina no Rio de Janeiro. In: X Reunión de Antropología del Mercosur, 2013, Córdoba. Anais de X RAM 2013, 2013.
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“Às vezes eu me sinto uma puta da zona!” – A atividade da prostituição vista por garotos de programa. In: XI Congresso Luso Afro Brasileiro de Ciências Sociais, 2011, Salvador. Anais XI CONLAB, 2011.
Mas será que antropólogo só sabe falar de sexo? Bem, na verdade, não. Eles não só falam, como pesquisam. Os trabalhos deles são aquela bobagem chamado “autoetnográfico”. Sabem um dos princípios da ciência conhecido como “duplo-cego”, em que o pesquisador não participa ativamente do experimento? Na autoetnografia o cara cai dentro (ou caem dentro dele) feliz da vida.
Vitão saiu em campo para estudar orgias entre homossexuais no Rio de Janeiro por dois anos e meio. Se misturando com o pessoal nossos eventos, mas ele jura de pés juntinhas que não transou com ninguém, apesar do trabalho dizer que houve uns toques, talvez uma mão boba meio perdida, sei lá. Enquanto eu estava implorando por verba no Laboratório, muitas vezes tendo que comprar material do meu bolso, Vitão ganhou bolsa do CNPq. Para isso tem verba e ele não está nem um pouco reclamando disso. Eu também não reclamaria se ganhasse para ir pra night.
Então, meu amigo, não reclame que não tem verba de pesquisa no Brasil. Ter, tem. Se você não está recebendo é porque você não está trabalhando com surubas gay.; Olha aí a sua chance de ganhar verba! Ainda bem que não preciso mais disso.
Ah, sim. Você poderá ler a “pesquisa” AQUI. Divirta-se.
quando eu estava na Universidade eu vi vários amigos com pesquisas absolutamente inúteis. Mas, na graduação o objetivo não é mudar o mundo, mas ensinar ao peão as regras e metodologias de um bom trabalho científico. Até no mestrado o cidadão ainda está aprendendo, mas já é necessário um direcionamento. Em ciências humanas a linha de pesquisa escolhida no começo geralmente permeia toda sua vida acadêmica. Sim, tem muito trabalho execrável e inútil nas bibliotecas das Universidades, mas tem coisa boa também. Isso me lembra que a galera da Geografia da Unesp sempre era considerada um bando de malucos por conta de uma meia dúzia que extrapolava. No meio de 500 esses 6 faziam a fama de todos. Infelizmente só esses trabalhos horríveis acabam ganhando destaque entre o público.
P.S. acho que essas palavras pseudo-intelectuais dos títulos das pesquisas aparecem em todas as ciências humanas para deixar a coisa mais chique.
P.S2 – não só na ciência, mas em todas as áreas, o dinheiro existe, só é muito mal distribuído e gerenciado.
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Toda vez que vejo notícias assim, me sinto menos mal em não ter ido para a pós graduação.
(Eu sei como funciona, mas não pude deixar de rir das referências publicadas em anais)
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Já eu lamento muito por ter tido minha bolsa cortada.
Dura lex, sed lex, (pero no mucho), isso só vale pras Exatas. Humanas podem participar de surubas de boas, chamar isso de pesquisa, e ainda ganhar suas bolsinhas do CNPq.
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Depois o pessoal dazumanas fala que a gente tem preconceito.
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“Vitão saiu em campo para estudar orgias entre homossexuais no Rio de
Janeiro por dois anos e meio. Se misturando com o pessoal nossos
eventos,”
Nossos eventos? Por onde vc anda passeando?
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Com certeza não numa escola de digitação
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Esses “Humans” estão forçando a barra demais, só acho!!!!…
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