O que dá poder de infecção e resistência às pseudomonas

Pseudomonas não são uma única espécie de bactérias, mas um gênero inteirinho delas. Eu poderia falar sobre serem bactérias gram-negativas e blábláblá, mas para isso existe Wikipédia, e se você não for pesquisar mais a fim de aprender sobre elas, tão-somente fica evidenciado sua preguiça. Eu tenho mais coisas para falar aqui.

Um exemplo de Pseudomonas que faz um estrago legal é a Pseudomonas aeruginosa que causa infecções respiratórias, urinárias ou bacteriemia. Essas safadeeenhas estragam o dia de qualquer um, principalmente em pessoas hospitalizadas. Mas o que é responsável por essa resistência toda? Bem, é o que pesquisadores tentam responder.

Não, péra aí! Você falou em bacteriemia. Dafuq is dat?

Bacteriemia é quando seu querido sangue está tomado de bactérias vivas. Em vias normais, seu sistema mandaria tudo pra vala de Nosso Senhor Darwin, mas (e sempre tem um “mas”), há o caso de seu sistema imunológico estar zuado, o que leva às queridinhas das bactérias se alastrarem. Parabéns, você entrou em estado de sepse. Ou se descobre a tempo e lhe bombardeiam com antibióticos, ou VOCÊ será selecionado.

A sepse é uma condição grave causada por uma resposta a uma infecção esmagadora. Trocentas substâncias são secretadas de forma a mandar os agentes infeciosos pra vala, e isso não faz bem a você também. Pense nos Chtauris invadido sua cidade e daí você tem a brilhante ideia de despejar um nuke nos miseráveis. Pode até ser que você dê conta dos malditos, mas não fará muita diferença porque não vai sobreviver ninguém para comemorar.

No caso das sepses, o combate à infecção acaba sendo pior que a infecção, pois, leva à formação de coágulos sanguíneos e rompimentos de vasos, resultando num fluxo sanguíneo prejudicado, detonando os órgãos, já que eles acabam ficando sem o precioso oxigênio.

Mas tudo isso é ideia de um projeto inteligente, lembrem-se!

Uma das bactérias mais badass é a Pseudomonas aeruginosa. Ela consegue prosperar em ambientes tão diferentes desde o tecido úmido e quente de nossos pulmões e superfícies secas e locais mesmo com privação de nutrientes, como na parede da sua sala. Evil Darwin ri muito quando esta miserável fica lá escondida, pronta para entrar em ação e você nem sabe da existência dela.

A drª Blanca Barquera é química (com ela a oração e a paz). Como ela não é uma pasta de dentes, não pode salvar o mundo das cáries, mas pode trabalhar para entender como as infecções ocorrem e quais os mecanismos que dão poder à P. aeruginosa. Barquera hoje trabalha no Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciência do Instituto Politécnico Rensselaer, em Nova York.

O projeto da drª Barraqueira, digo, Barquera baseia-se na sua experiência com proteínas de transporte, moléculas na membrana celular que trabalham como leão de chácara controlando o entra-e-sai (ui!) de corpos e substâncias no interior da célula

Essas proteínas de transporte de vez em quando não fazem direito o que deveriam fazer, o que acaba com a célula sendo infectada. A chave, então, é entender como elas funcionam (ou deveriam funcionar). Algumas dessas proteínas controlam como íons são transportados, e verificando os íons, vemos quais substâncias estão lá, abalando geral. Isso porque cátions como Na+ e H+ criam gradientes que fornecem energia para diversos processos celulares, tais como a motilidade celular, importação de nutrientes, e extrusão de produtos químicos que são tóxicos para a célula. O transporte desses íons, portanto, estão intimamente ligados nos processos de adaptação bacteriana, e é assim que a as Pseudomonas se dão bem. Segundo o velho conceito da Seleção Natural, aquele que estiver mais e melhor adaptado ganha a parada.

Barquera já tinha percebido que as Pseudomonas secretam substâncias que provocam um sistema de quebra na cadeia respiratória, matando uma parte da população das próprias bactérias e criam um biofilme resistente aos antibióticos formado por bactérias que resistiram ao ataque. Dessa forma, Barquera foi isolando as proteínas de transporte para entender com ocada uma trabalha no interior da célula e onde está o ponto fraco que as bactérias atacantes exploram.

Não, infelizmente não tem o periódico indexado. Eu soube pelo press release. Fail!

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