Bactéria já é ruim, quando auxiliado por sistema imunológico é pior ainda

O Clostridium difficile já traz no nome que não é brincadeira. Este bacilo (uma bactéria mais sacana que as outras) é que nem o seu cunhado. Assim como aquele inútil está se servindo do conteúdo da sua geladeira, a C. difficile é um comensal do trato gastrointestinal. Assim como o seu cunhado, que só lhe traz dor de cabeça, o Clostridium é responsável por doenças gastrointestinais, que variam desde uma diarreia até uma colite pseudomembranosa. Você não quer contrair uma colite polimembranosa, a infecção mais comumente adquirida em hospitais.

Agora, uma pesquisa aponta como alguns pacientes são altamente suscetíveis a infecções por cauda do C. difficile, fornecendo aos médicos uma maneira de prever a gravidade da doença e apontando para uma nova maneira de tratar essa desgraça. Já pro seu cunhado fica difícil e médicos recomendam tratamento à base de ferro. De preferência sob a forma de barra, na cabeça dele.

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Pesquisadores investigam formação de biofilmes

Cirurgias têm seu risco. Não importa qual. Alguns riscos são maiores, outros são menores. Mas cirurgião não quer saber disso. ele não está lá pra ir na base do “vamos na base do mal menor”. Cirurgiões são levados a trabalhar nessas condições, mas não é suas preferências. Um dos principais problemas de cirurgias é que o corpo fica lá, abertão, e doido para ganhar de presente uma infecção.

Biofilmes são comunidades biológicas com um elevado grau de organização. Diferente da população brasileira, bactérias conseguem formar comunidades bem estruturadas, apresentando – para um serzinho tão diminuto – um grau de coordenação e funcionamento bem sofisticado diferente das reuniões pedagógicas que eu tenho a infelicidade de participar (se bem que pedagogos estão um degrau evolutivo mais baixo que bactérias, mas disperso-me).

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Desinfetante de mãos ajuda a deixar bactérias mais resistentes

Há nove anos, eu publiquei um artigo mostrando como materiais de limpeza (em especial, desinfetantes), estavam fazendo com que bactérias acabassem se tornando mais resistentes a antibióticos. Isso porque basta uma única bactéria que tenha nascido com uma mutação que lhe dê condições de sobreviver neste meio que rapidamente ela se divide, formando uma colônia de bactérias com esta mesma capacidade de resistência.

Sim, Seleção Natural é uma cachorra!

Mas não precisa se alarmar por causa disso, deixe para se alarmar quando souber sabonetes bactericidas para as mãos estão contribuindo para o aparecimento de bactérias cada vez mais resistentes e daqui a pouco nem a porcaria do álcool-gel perfumadinho que você carrega na bolsa vai limar estas lazarentas.

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Pílula do cocô usada para combater infecções intestinais

Nenhuma doença é legal, mas com certeza as que acometem o intestino estão entre as mais infames, desconfortáveis e muitas vezes fatal. Há muitos tratamentos, inclusive em que cocô é transplantado de um intestino pro outro, mas será que não poderíamos simplificar isso? Bem, se simplificação que você quer, simplificação é o que a Ciência te dará. Que tal uma pilulinha de cocô?

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O que dá poder de infecção e resistência às pseudomonas

Pseudomonas não são uma única espécie de bactérias, mas um gênero inteirinho delas. Eu poderia falar sobre serem bactérias gram-negativas e blábláblá, mas para isso existe Wikipédia, e se você não for pesquisar mais a fim de aprender sobre elas, tão-somente fica evidenciado sua preguiça. Eu tenho mais coisas para falar aqui.

Um exemplo de Pseudomonas que faz um estrago legal é a Pseudomonas aeruginosa que causa infecções respiratórias, urinárias ou bacteriemia. Essas safadeeenhas estragam o dia de qualquer um, principalmente em pessoas hospitalizadas. Mas o que é responsável por essa resistência toda? Bem, é o que pesquisadores tentam responder.

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Relógios, átomos e bactérias. Mas Evolução não existe!

Estamos no ano de 2050. Bactérias matam a cada 3 segundos. Os antibióticos pouco conseguem fazer, já que, em contrapartida, novas cepas aparecem, e já nascem resistentes a eles. a Ciência luta bravamente, mas parece que estamos perdendo a guerra. Era uma briga tão selvagem que o Reino Unido tinha um órgão que respondia diretamente ao Primeiro-Ministro e era responsável por estudar resistência microbiana, o Review on Antimicrobial Resistance. Seus relatórios alertavam sobre o uso disseminado e irresponsável de antibióticos. Pensávamos que eles eram nossos amigos, mas não. Até mesmo desinfetantes eram inimigos silenciosos.

O Review on Antimicrobial Resistance alertou que até a presente data, bactérias estariam tão fortes que sairiam matando geral. Hoje, 11 de setembro de 2050, vemos que as previsões eram otimistas. Onde perdemos o fio da História?

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Desinfetantes podem promover o crescimento de “superbactérias”

limpeza_hospital.jpgTodos os dias, donas-de-casa, restaurantes, hospitais, lojas etc usam desinfetantes para deixar o ambiente mais limpo. O problema é que isso pode sair pela culatra. O uso massivo de desinfetantes pode provocar o desenvolvimento de uma alta resistência a antibióticos nas bactérias. Bem-vindos ao lado negro do processo evolutivo, onde as garras da Seleção Natural determinarão os seus destinos, ó mortais!

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