Vamos ser honestos: larga maioria das pessoas não gostam de predadores no mundo animal. Costumam vê-los como seres ruins, vilões de desenho animado, criaturas maléficas que devoram bichinhos bonitinhos como o Bambi. Isso levou a uma caçada sem precedentes de lobos, pumas, leões etc. habitats foram destruídos e muitas dessas espécies “malvadinhas” correm risco de extinção.

Uma pesquisa da Universidade do Oregon, EUA, fez um levantamento de como está essa marcha, e a descoberta nada legal é que 24 espécies de predadores estão em declínio, e 17 delas foram confinadas a menos de metade de seus nichos originais. E não, isso ainda não é o pior.

O dr. William J. Ripple é pesquisador do Departamento de Sistemas Florestais e Sociedade da Universidade do Estado de Oregon e diretor do Trophic Cascades Program. Ele estuda lobos cinzentos entre outros “malvadinhos”. Os resultados não são nada animadores.

Entre falta de compreensão da importância de equilíbrio ecológico, passando por troféus de caça ou mesmo gente fazendo pajelança idiota, temos um sério problema. Primeiro, estão matando as presas, o que faz os predadores não terem comida. Em segundo, temos a caça aos predadores, o que acarreta que eles se ferram mais ainda. Enfim, o predador está ferrado do mesmo jeito.

Ripple, como todo bom professor-doutor, colocou seu estagiário de luxo doutorando Christopher Wolf (ele é filhote. Não tem direito a uma página decente) para recolher dados; mesmo porque, além de excelente trocadilho para a pesquisa, ainda é estatístico. Ele tabulou informações sobre os 17 maiores carnívoros terrestres, para saber o que cada um dos animais come, cruzando dados sobre cada vítima.

Os resultados mostram que os esforços para salvar os predadores não é apenas garantir um lugar para eles ficarem, mas pensar em como eles irão se manter, tendo seu almocinho de todo o dia.

Mas aí estaremos entregando os bichinhos fofinhos para serem devorados. Isso é errado MIMIMI.

Te contar um segredo: Natureza está se lixando pro que você pensa.

Você poderá ler a pesquisa inteiramente liberada no Royal Society Open Science. Divirta-se