Existe dois tipos de Ciências. Existe a Química, que mudou o mundo, nos deu capacidade de sobrevivermos em ambiente hostil, possibilitou que pudéssemos criar ferramentas, ligas metálicas, combustíveis, motores, ar-condicionados, venceu doenças, nos deu medicamentos e a capacidade de criarmos toda a sorte de apetrechos tecnológicos. E existem as outras.

Enquanto o pessoal reclama sem nenhuma justificativa da assertiva acima, químicos – com eles a oração e a paz – criaram um termômetro DNA programável, 20 mil vezes menor do que um cabelo humano. Agora, fale-me da sua pesquisa sobre gente defecando em retrato de políticos na rua.

David Gareau é doutorando do Laboratório de Biosensores e Nanomáquinas, subordinado ao Departamento de Química e ao Departamento de Bioquímica e Medicina Molecular da Universidade de Montreal. Infelizmente, ele nã tem midichlorians suficientes para ter uma página no site. uma pena, mas isso não tira a grandiosidade de David, ainda mais porque ele é químico, o que não é nada demais, pois todos nascemos químicos, mas alguns degeneram. Enfim…

Se você estudou decentemente… não, esquece. Vocês jamais estudaram desnaturação de proteína no ensino médio, porque isso não cai no ENEM.Mas é isso o que acontece. Proteínas se desnaturam quando aquecidas, e o DNA não é muito diferente. Mediante aquecimento, sua imensa molécula se desdobra. Assim, relacionando como trechos do DNA se comportam por padrão a uma determinada temperatura, se eu analisar a estrutura de uma molécula específica, ela me dirá coo está quentinho ali naquele local.

Isso seria um grande “E DAÍ?”, e você não estria muito errado se não souber de certos detalhes. Não é porque eu sei que temperatura está ali que vai me dizer alguma coisa. É qual a informação que vem junto ao sabermos essa temperatura.

Temperatura mede o calor de determinada mistura, e esse valor vem da agitação de moléculas. Essa agitação vem da energia que elas possuem e essa energia pode ser transformado em trabalho. Logo, saber essa temperatura molecular me ajuda a saber como projetar um sistema que realize determinado trabalho com fins úteis. É o conceito de máquinas, certo? Só que isso é em escala nanométrica, logo, eu terei nanomáquinas desempenhando todo tipo de trabalho.

O que David e os demais colaboradores fizeram foi “construir” um DNA com suas bases (adenina, citosina, guanina e timina) numa ordem específica. Ao serem posta nessa ordem, o DNA que eles fizeram era capaz de se desdobrar a uma temperatura bem definida. Assim, para cada temperatura que se deseje indicar, basta colocar estas bases numa ordem específica. É simples e complicado ao mesmo tempo.

A estrutura construída pelos pesquisadores tinha cerca de 5 nanômetros de largura (1 nm = 10^–9 metros) e d´[a uma reposta hiperprecisa da temperatura que está ali, naquele lugar em que a molécula está. Mas, obviamente, você quer saber como isso vai mudar a sua vida. Bem, imagine que com uma nanomáquina precisa que pode medir em determinada região um gradiente de calor diferente das áreas circundantes, médicos serão capazes de determinar focos de processos infeciosos, além de saber detalhes sobre como o nosso corpo funciona. Porque, não é porque foi asseverado que a temperatura média do corpo é de 36,5º que ele realmente é assim e cada ponto do corpo. Esta é uma temperatura média, e difere muito em termos de temperatura que se mede debaixo do braço do que a temperatura do pâncreas, por exemplo.

Não só isso, a ideia é que se use estes nanotermômetros em circuitos eletrônicos, de forma que possamos ter máquinas em escala macro mais eficientes.

A pesquisa foi publicada no periódico Nano Letters.