Nada melhor do que pais para deixar as crianças (as suas próprias) traumatizadas. Claro que não é só isso; o reforço pode ser positivo também, e a forma com que nós falamos com nossos filhos influencia em muita coisa, principalmente nas habilidades sociais deles (normalmente, sempre associamos para o pior lado).
Em recente pesquisa, evidências mostraram como a linguagem utilizada pelos pais para conversar com seus bebês influenciam-os até bem mais tarde.
Diferente de outros doutores, a drª. Elizabeth Kirk não é uma médica. Seu doutorado é em Psicologia pela Universidade de Hertfordshire, mas, atualmente, ela trabalha no Departamento de Psicologia da Universidade de York, que fica na "velha" York, na Inglaterra.
A capitã doutora Kirk estuda relações e interações não-verbais entre pais e bebês, bem como o impacto sobre o desenvolvimento linguístico e sócio-cognitivo da criança. Em outras palavras, tia Beth estuda como gestos, jogos e símbolos influenciam no comportamento futuro das crianças, que podem demonstrar os efeitos nos processos cognitivos, linguísticos, criatividade e a ortografia. Eu outríssimas (se não existir esta palavra, estou criando agora. Funcionou com Guimarães Rosa) palavras, o modo como pais interagem com seus filhos afetará futuramente até a maneira como eles escrevem. Meio louco, não?
Para conduzir estes experimentos, tia Beth observou 40 mães e seus bebês quando eles tinham 10, 12, 16 e 20 meses de idade. Pais? Pais que se ralem, como sempre. Só se lembram deles na hora de comprar fraldas. De qualquer forma, durante a pesquisa, Beth colocou seus lacaios para trabalhar e registraram a linguagem que mamães usavam com seus filhos durante as brincadeiras, para depois avaliarem as capacidades sócio-cognitiva foram avaliadas, observando-se como as crianças eram capazes de se relacionarem com os outros.
O método empregado envolveu a leitura de histórias ficcionais para a criança a ser estudada, com a representação de um dos 12 cenários sociais (emoções contrárias, mentiras, mentiras brancas, persuasão, fingimento, piada, esquecimento, mal-entendidos, duplo-sentido, figuras de linguagem, aparência vs. realidade e sarcasmo). Em seguida, foi feito a elas perguntas de compreensão e um teste para demonstrar se essas crianças realmente entenderam a manipulação mental da referida história. Os resultados mostraram uma correlação forte e positiva entre os comentários relacionados com suas capacidades, feitos pelas mães, aos 10, 12 e 20 meses de idade e pontuação feita por cada criança na tarefa de compreensão do texto.
Complicado? Bem, de acordo com a pesquisa, se mamãe trata o filhotinho dando-lhe estímulo, dizendo o quão esperto ele é, e tratando por meio de linguagem não-verbal sua aprovação nas provas que requeriam destreza, a criança acabava se mostrando mais sagaz na interpretação da história.
Dessa forma, a capacidade das crianças de entender os pensamentos de outras pessoas quando eles estavam com idades entre 5 foi relacionado à forma como suas mães interagiam com essas mesmas crianças quando ainda eram bebês.
A pesquisa foi publicada no periódico British Journal of Developmental Psychology
Fraldas, leite, Sustagen, farinha láctea, mingau, aveia, biscoitos, chocolate, carrinhos da Hot Wheels, um usuário da Netflix, creche, livros…
Crianças precisam de um balseiro de marmotas!
CurtirCurtir
Um excelente trabalho fetio por uma cientista da área de humanas.
CurtirCurtir