O mundo parece fazaer sentido às vezes. É o que chamamos “período de embriaguez”. A bem da verdade, o mundo é estranho, esquisito e pra lá de bizarro. Entender essas doideiras é o que compete aos cientistas, tentando dar sentido aos acontecimentos mais doidos, como é o caso do lago cor-de-rosa que fica no Senegal: o lago Retba.

O lago Retba fica ao norte da península de Cap Vert, a nordeste de Dacar, no Senegal. Ele seria como muitos outros lagos sem graça, jogados em qualquer canto mal-cheiroso do mundo. Entretanto, o Lago Retba nos surpreende ao possuir uma coloração rósea, puxado pro pink, parecendo tom de chiclete, indo para a frequência de tonalidade rosa-bebê, ou algum tom inventado para mulheres que insistem em dividir as cores numa profiusão de nomes diferentes, só para dizer que aquela porcaria é rosa e pronto!

O contraste com o ambiente em volta ressalta ainda mais o tom róseo de Retba, causado por uma micro-alga halófila (um organismo que necessita altas concentrações salinas para seu desenvolvimento), a Dunaliella salina. Esta alga produz altas taxas de β-caroteno para se proteger contra a luz intensa, já que o termo “calor senegalês” tem uma perfeita razão de ser. Em 1966, a então União Soviética usava a D. salina para produzir β-caroteno, onde podemos ver que biotecnologia não é coisa recente. Nunca foi, ainda mais se levarmos em conta que egípcios usavam fungos para produzir cerveja e pães.

O lago Retba tem altas taxas de concentração de sais (entre eles, o cloreto de sódio), chegando ao ponto de ser similar ao Mar Morto, onde a alta densidade da água impede que você afunde com facilidade. Obviamente, a população local explora isso recolhendo o sal para vendê-lo.

O mundo realmente é esquisito, mas nem por isso devemos fazer cara de nojinho pra ele. Basta pararmos 2 segundos e perguntaar o porque das coisas acontecerem como acontecem.