Micro-ondas ajudam a produzir materiais termelétricos

O grande problema energético do mundo é a 2ª Lei da Termodinâmica. Ao contrário do que muitos idiotas acham, a 2ª Lei da Termodinâmica não fala nada de desorganização, e muito menos que Evolução é mito. Ela diz, basicamente, que não existe uma aplicação 100% eficiente da energia, e sempre teremos perdas. Normalmente, estas perdas se são ao emanar calor como forma de energia. Eu ainda estou preparando um artigo explicando melhor a Termodinâmica. Aguardem e nos acompanhem via RSS ou pelo lembrete do twitter ou nos visitem todos os dias.

O que alguns cientistas pesquisam é como minimizar as perdas, nem que seja usando o calor irradiado de forma que o mesmo tenha alguma serventia. O alvo são s fornos de micro-ondas (maldito acordo ortográphico!)

Uma das maiores conquistas das mulheres não foi nem a pílula anti-concepcional. Ao meu ver foi o forno de micro-ondas. Com ele, as doces esposas não precisam ficar com a jantinha no forno, esperando o dedicado marido esfomeado para a janta e mimá-lo enquanto tira os seus sapatos. Doces tempos… Mas hoje? Não! Elas se livraram disso, deixam a comida na geladeira e o pobre coitado que esquente no micro-ondas de qualquer jeito. Já ouvi uns bochichos que elas agora querem ter direito a voto. A VOTO!!! Minha Nossa Senhora do Capacete de Alumínio, onde vamos parar?

Sabendo que um forno de micro-ondas é excelente para gerar calor (as micro-ondas agem nas moléculas de água, fazendo-as vibrar e cujo movimento é responsável pela geração calor), o dr. Mas Subramanian, do Departamento de Química da Universidade do Oregon, pesquisou como tornar este calor em algo mais útil que esquentar pipoca (pipoca de micro-ondas fede). Tudo começa com papel alumínio, o tipo de coisa que pessoas inteligentes (e que sabem ler manuais de instruções) não colocam dentro dos fornos de micro-ondas. Só que tio Subramanian, que se parece com o Tim Maia, é hardcore demais, como todo químico que somos. Logo, seguir conselhos como esse é coisa para fracos e resolveu radicalizar. Como ele não é nenhuma dona-de-casa, ele não usa papel alumínio. Ele preferiu usar metais em pó.

Entendi. Ele bombardeia os metais pulverizados com micro-ondas e a energia é convertida em eletricidade. Acertei? Hein? Hein? Hein?

Não!

Shit!

Fica triste, não. Tio explica. Tudo começa com a escuterudita, mais conhecida como triantimonito de cobalto (CoSb3), que é um mineral com propriedades termelétricas. Sua fabricação não é muito fácil e nem é baratinho. Muitas vezes, emprega-se metais do tipo "terras raras" para melhorar o desempenho, em que o mineral produz eletricidade mediante o calor absorvido. O problema é que este tipo de composto não tem vida muito longa em temperaturas muito altas. Mas é exatamente em temperaturas muito altas que sua melhor eficiência se apresenta. O que se faz, então?

De acordo com a pesquisa no laboratório de Ciência dos Materiais, o dr. Maia, digo, o dr Subramanian e seus colaboradores desenvolveram uma técnica que promete ser mais barata e rápida: usar um forno de micro-ondas

Mais de 60 por cento da energia produzida por carros, máquinas, e da indústria em todo o mundo está perdido na forma de calor – um velho problema – mas os pesquisadores descobriram uma nova forma de fazer materiais para uso em tecnologia que poderia salvar grandes quantidades de energia. (obrigado, Sandro)

E é baseado em um dispositivo encontrado em toda parte das cozinhas aos quartos do dormitório: um forno de micro-ondas. Os feixes de micro-ondas podem agir localizadamente no corpo do mineral, de forma que ele faça o que faz de melhor. Não que você passará a ter uma subsidiária da Light na sua casa. Mas os cientistas podem usar esta técnica para melhorar o material e prover novas alternativas para o desperdício de energia. Um exemplo de desperdício são os canos de descarga dos carros, que não só nos fazem o favor de envenenar o ar, como liberar altas dosagens de calor. calor este que poderia ser usado juntamente com as escuteruditas para produzir eletricidade para, digamos, ligar os faróis do próprio carro. A pesquisa foi publicada no periódico Materials Research.

É ÓBVIO que isso não resolverá problema energético de ninguém e o petróleo ainda continuará sendo usado por um bom tempo. Ele simplesmente deixa o uso do combustível com menos perda energética, economizando e transferindo os joules poupados em trabalho útil. Perdas sempre irão ocorrer (It’s pointless to scape from the Second Law of Thermodynamics), mas serão minimizadas, onde uma energia poderá ser convertida em outra, na santa paz de São Clausius.

O intuito da pesquisa é testar esta técnica em outros materiais que possuem um comportamento semelhante da escuterudida, de forma a termos toneladas desses materiais a preços bem abaixo da concorrência e que possa ser vendido em qualquer camelô. Eu ainda estou esperando poder comprar plutônio em qualquer farmácia, mas viver em países isolados é problemático.

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