Costumam achar que cientistas não possuem senso de humor. Temos. O que alguns de nós não possuem é bom gosto. Pesquisadores da Universidade Estadual de São Francisco deram um nome pitoresco a um fungo descoberto nas montanhas Lambir na Malásia, em 2010. Devido ao seu formato que lembra uma esponja marinha, deram o nome de Spongiforma squarepantsii, em homenagem ao querido e aboiolado Bob Esponja (um personagem que só não digo que deveria tomar um tiro de .12, pois alegariam homofobia).

O dr. Dennis Desjardin é professor e diretor do Herbário Harry D. Thiers, além de ser fã de desenhos animados, pelo visto. Ao pesquisar algumas espécies de fungos nas florestas de Bornéu (não, não explico. Compre um atlas), o bom dr. Desjardin deu de cara com um bolor alaranjado com cheiro de mofo (óbvio, duhhh) e que não constava em nenhuma classificação até então. Sendo assim, ele se lembrou daquele personagem que me dá vontade de dar-lhe um soco na cara e é amasiado com uma estrela-do-mar.

Ao lado, vemos o fungão que parece uma esponja-do-mar, cuja descoberta foi relatada num artigo publicado na revista Mycologia.

A pesquisa envolveu um um microscópio eletrônico de varredura, coisa que eu já coloquei várias vezes nas minhas cartinhas pro Papai Noel, mas o velho safado prefere mandar droga de carrinho sem graça; mas, deixando isso de lado — e junto a minha frustração, o que me transformará num psicopata que faz bule (ops, desculpem, perclaros retardados que se ofendem se não mencionarmos seu nomezinho) com coleguinhas de colégio — as imagens revelaram estruturas reticuladas muito semelhantes às esponjas, o que, claro, não é motivo para dar um nome tão idiota como o que foi dado.

A nova espécie é apenas uma das duas espécies do gênero Spongiforma conhecidas. A outra espécie é encontrada na região central da Tailândia, e difere na cor e odor, que por sinal também não é lá agradável. Um exame minucioso dos fungos e análise genética revelou que os dois eram parentes vivendo a milhares de quilômetros de distância.

No seu habitat úmido e sem graça, o Fungo Calça Quadrada evoluiu de forma singular aos seus companheiros, onde seus esporos possuem consistência gelatinosa quando úmidos, uma adaptação configurou uma vantagem, pois ele pode se alastrar ao menor sinal de água. A Seleção Natural permitiu que ele continuasse gerando descendentes, tio Darwin marcou OK em seu caderninho e um bando de criaBURRIcionistas dizem que foi um desenho planejado (o fato de ele feder e poder lhe causar doenças é secundário).

De acordo com Desjardin, ainda há muita coisa a ser descoberta na ilha de Bornéu e pretende voltar lá assim que possível para coletar, catalogar e colecionar um monte de fungos tão divertidos quanto almoço de domingo na casa da minha sogra.

Como eu não encontrei um vídeo decente sobre este fungo, fiquem com a musiquinha do Bob Esponja:

Fonte: Press Release da SFSU