Considerações do pós-eleição

Então é isso. Acabou-se a votação e ninguém sabe ainda quem vai ganhar a eleição para o cargo máximo de não fazer nada no país (se você realmente não sabe quem será eleito, ou possui um coração muito cândido ou é um tolo). O que vimos ao longo dos meses foi o famoso “mais do mesmo” eleitoral: políticos desviando de assunto, criando factóides, atacando-se mutuamente, desviando o assunto para coisas irrelevantes, criando memes idiotas, enganando a população e passando diploma de idiota em todos os eleitores. Mesmo porque, eleitor É idiota.

No final das contas e no apagar das luzes, tudo ficará como d’antes no quartel de Abrantes. Tudo ficará na mesma~e você foi o responsável por isso; e não importa quem é você ou em quem você votou. A culpa pelo que acontecer é sua, é minha, é de todos. Esperar que algo melhore não é otimismo, é estupidez. Sabemos que nada vai mudar, as taxas de juros não terão um valor diferente do insano que é cobrado aqui, as passagens aéreas e os combustíveis não deixarão de ser o mais caro do mundo.

Mas 4 anos é pouco!

Sim, é; mas os dois últimos presidentes ficaram 8. 8 anos é pouco também? Reeleição infinita é a solução? Pelo visto, é o que querem implantar.

Não, tudo isso é sua culpa, é minha culpa, é culpa de todos os idiotas que moram neste país ridículo, pois o país é espelho de seus habitantes e seus habitantes são ridículos. Elegemos palhaços, atores de novela, jogadores de futebol. Por quê? Voto de protesto? Isso não é protesto, idiotas. Sim, eu também sou culpado, pois deveria ter feito algo, não importando se ninguém mais faz. Blogs não são nenhuma espécie de ação, é um modo calmo e tranquilo de apontar mazelas de um mundo para dois tipos de pessoas: as que concordam com você, mas continuarão sem fazer nada e aqueles que não concordam com você e não farão nada. Isso é um mea culpa, me maxima culpa. Você assume a sua culpa, também? Não, claro que não.

Por que votam em fantoches eleitoreiros, só para gerar mais votos pra legenda de um partido? Simples: o povo é idiota. Eu não elejo vagabundo, mas não importa, pois mais de 1 milhão elege de uma vez só, por causa de apelos melodramáticos e corporativismo financeiro (fodido vota em fodido) Nunca entendi esse corporativismo do tipo “se fulano faz o que eu faço, voto nele”. Você elegeria alguém que pega a sua mulher, só porque você também a come? (note o “também”; ela está te prestando um favor, filho, mas ela gosta é do outro)

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, chuvas (que nem foram tão fortes como alegam) alagaram as ruas, como sempre. Verão está vindo, com mais chuvas e caos, como foi no ano passado. São Paulo está em Estado de Atenção. No Paraná, caiu granizo, casas ficaram sem energia elétricas e municípios estão em Estado de Emergência.

Mas elegeram palhaços e jogadores de futebol. Este ano, será a mesma coisa que aconteceu no ano passado e no outro ano e no noutro e no outro…

A culpa é nossa. Deveríamos acender archotes e ir buscar os responsáveis em seus castelos, digo, palácios de governo e expulsá-los. Mas não fazemos isso, pois em outros países é pior… Enquanto que em outros são melhores. Resumindo, o pior do Brasil é o brasileiro.

Mais uma eleição veio, mais uma eleição se foi. Os mesmos ainda estão no poder, os novatos serão manipulados e não farão nada, pois o gosto do pseudopoder é bom e o dinheiro – real, realíssimo – em suas contas é melhor ainda (se por vias lícitas ou ilícitas, é detalhe). Ficaram se digladiando pela internet afora, com os revolucionários de sofá. Pouco (na verdade, nada) vai mudar, “pois estamos confortáveis e damos um que se dane, as coisas sempre foram assim”. É a filosofia de votar no menos pior, e votando no menos pior, as coisas efetivamente pioram.

Cada povo tem o governo que merece, pois o Governo vem do povo, pois está enraizado no DNA do brasileiro ter vantagem em tudo e invejam políticos pois eles roubam sem ser punidos, mas se a população que reclama deles estivesse lá faria a mesma coisa, senão pior. O corrupto precisa de um corruptor, como aquele que para em local proibido e oferece uma cervejinha pro policial, aquele que compra programa pirata (mesmo tendo um salário capaz de pagar pelo software legalizado), é aquele que ensina seu filho que pegar uma bala não tem nada demais, pois é baratinho. Honestidade é fator de espanto, se você encontra uma carteira e deixa no lugar onde encontrou, você é burro, estúpido e rechaçado pelos seus colegas e “amigos”. Conheço gente que ao ver a casa do vizinho pegando fogo, e este tirando os móveis, ficou indignado porque na mesa chamuscada encontrou dinheiro guardado, mas estava todo queimado e não podia ser usado. Quando interroguei como poderia ter a coragem de ROUBAR o dinheiro daquela pessoa, eu ouvi “eu preciso criar meu filho”. O vizinho também tem filhos. E é este o povo que elege presidentes, governadores e palhaços e jogadores de futebol. O problema não é o palhaço-candidato é o palhaço-eleitor.

Hoje, ninguém votou no Collor, mesmo ele tendo a enormidade de votos que teve. FHC idem, Lula idem e todos e muitos “idem” e ainda haverá muitos “idem” futuramente, não importa quem seja. De qualquer forma, não faz diferença. O político não gosta do povo e não fará nada pelo povo, como nunca fez. Só fará algo para se manter no poder, mas as ideias românticas de alguém vindo num cavalo branco, pronto para nos ajudar, figura no ideário popular, já que isso é uma forma de se eximir da responsabilidade.

Mais um “Salvador da Pátria” chegará, sim. Montado no pescoço de mais de 170 milhões de asnos.

15 comentários em “Considerações do pós-eleição

  1. É André, sua revolta também é revolta de muitos, penso dessa mesma forma, e o pior trabalho para o sistema, vejo essa palhaçada vindo la de cima e caindo em cima da minha cabeça antes de cair na cabeça de populares, vemos o sistema de maneira mais “privilegiada”, pois a merda cai em cima da gente primeiro :roll:
    Mas eu acredito que o brasileiro tem o que merece ter, afinal no país da pseudo-democracia maravilha, quem são os fantoches não são quem supostamente “trabalha” para o povo, são os eleitores, afinal você viu algum candidato que você queria que estivesse lá? Ou são sempre as mesmas figurinhas repetidas? É triste sim, eu sei, mas isso é algo que o brasileiro jamais vai brigar. Mas tirem os feriados e o carnaval pra você ver se esse bando de asno não param brasilia para protestar, fala que não vai ter feriado santo pra você ver os ICAR’s pararem tudo, o brasil quer mamata, e nada mais “justo” que colocar quem tem o mesmo ideal la dentro, afinal como é dito, a nação é espelho de seus nacionalistas, pois bem, estaremos (quem realmente se importa) de luto assim que apurar completamente, seja qual for que for eleito (dilma obvio), pois velaremos mais um mandato da morte da democracia e dos direitos constitucionais.
    Ótimo texto André.

    att.

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  2. “Salvador da Pátria” chegará, sim. Montado no pescoço de mais de 170 milhões de asnos.Essas tiradas são impagáveis!!sou obrigado a rir alto… :grin:

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  3. Penso eu que tais coisas são decorrência de vários fatores, podem elencar entre eles:
    1- Falta de Honestidade. No Brasil sempre se priorizou o “jeitinho” a “malandragem”.
    2- Amnésia política. Pós eleição não há locais que acumulem as informações dos políticos onde se possa consultar o que o seu candidato fez ou não. E após 4 ou 8 anos a maioria esmagadora não sabe nem em quem votou. Nesse aspecto acho que a internet (blogs e sites) tem se mostrando como uma ferramente que futuramente implicará como um fator de mudança, pois como Lawrence Lessin relatou em seu livro Cultura Livre (http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBYQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.rau-tu.unicamp.br%2Fnou-rau%2Fsoftwarelivre%2Fdocument%2F%3Fview%3D144&ei=wazOTIiUHIL_8Aa–ZnXAQ&usg=AFQjCNHbW9iewKFk59TFAH_a34glPrt9DQ&sig2=TqxP99Bf-gOKKpAIgjU5iw) as críticas e informações que são vinculadas na internet permanecem disponíveis para acesso e consulta das pessoas, diferente da mídia tradicional que só vincula informações importantes em época eleitoral.
    3- Conformismo e Indiferença. No mesmo sentido que já expressei sobre esses fatores no quesito religião (http://blog-br.com/breula/11797/Conformismo+e+Indiferen%C3%A7a+%28Por:+Hilton+Gil%29.html) acho que o mesmo se aplica quanto a política, pois, procure conversar com as pessoas que lhe cercam sobre política o que acontece? O que mais escuto são posicionamentos fanáticos, ou “política e coisa chata e de velho” e o pior “futebol, religião e política não se discute”. Como assim não se discute? Sendo a política um fator que influi diretamente na vida de todos como não vamos discutir sobre isso?
    Evidente que há muito mais, mas esses três fatores são os que mais verifico analisando as pessoas com a qual tenho contato. Dai fico pensando: Fustel de Coulanges na sua obra Cidade Antiga (http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBYQFjAA&url=http%3A%2F%2Febooksbrasil.org%2FeLibris%2Fcidadeantiga.html&ei=ta_OTOjcB8KB8ga68vDMAQ&usg=AFQjCNGVJb5Io8eBZ4w0ne2isSAbEqQTbg&sig2=oB0wveiwweK8A6VKSfedCQ) ressalva que antigamente os Patrícios que estavam ligados a política não exerciam nenhum outra profissão em razão do tempo que essa atividade (a política) lhes tomava enquanto deliberavam sobre a Pólis. E hoje nós como cidadãos fazemos o que? Via de regra não acompanhamos nem as seções da câmara legislativa municipal onde os vereadores proporcionam um “show de horror/humor”. A sociedade vira as costas para a política e recebe aquilo que merece “uma passada de mão nas nádegas”. Triste.

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    1. Realmente. Tiririca é um imbecil e a população é imbecil também.
      Estava lendo uma revista no barbeiro onde diz que dois podem voltar como ministros: Palocci e o Mercadante, dois ladrões com registro em cartório :evil:
      Por isso que eu gosto da França: os caras saem pra rua e quebram o pau. Não é como aqui que onde protestar é fazer um minuto de silêncio (Movimento Cansei) pfffff.

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