Você deve ter lido 20.000 léuas submarinas. Se não leu, deveria ler. Sério! Um dos melhores livros de Júlio Verne. Numa das pasagens do livro, o submarino Nautilus é atacado por uma lula gigante. Fantasia? Não necessariamente. As lulas Humboldt (Dosidicus gigas) são enormes lulas que vivem no leste do Oceano Pacífico. Os “mosntrinhos” podem medir até 1,5 m e pesar 45 kg, apesar de perderem em tamano para o seu primo Mesonychoteuthis hamiltoni, cujo tamanho pode chegar até cerca de 15 m de comprimento.
Aé pouco tempo, achava-se que o aumento da concentração de dióxido de carbono estaria colocando em risco este espécime, mas parece que não é bem assim. Avistamentos que eram raros há 10 anos já podem ser feitos atualmente, onde muitos cientistas creditam esse sucesso ao clima e níveis de oxigênio.
Os pesquisadores William Gilly, da Universidade de Stanford e John Field, do NOAA (National Oceanic Atmospheric Administration) atribuem, entre outros fatores, a capacidade da lula Humboldt de migrar largamente, já que um espécime foi marcado, em Monterey, na Califórnia, e detectado pela última vez em torno de 17 dias depois do México. Uma travessia e tanto!
Não se sabe muito sobre estes animais, e embora essas lulas sejam grandes, estima-se que sua longevidade não seja superior a dois anos. Elas surgem de um ovo, medindo cerca de um milímetro de comprimento, e conseguem este aumento de tamanho incrível devido a um apetite imenso. A fome dessas lulas poderia ter um grande impacto sobre algumas unidades populacionais de peixes, especialmente aqueles que já estão vacilantes, já que, praticamente, os distintos cefalópodes em questão devoram tudo o que encontram pela frente, desde o minúsculo krill até salmões!
O problema é que, já que a fome da Lula Lelé Humboldt pode causar sérios impactos sobre o pescado, e setivermos em mente sua grande migração, a coisa fica mais séria ainda. Pesquisadores que estudam populações de pescada com hidroacústica (usando sonares ativos e passivos) acabam com dados impreciso,s, já que o registro de sinal das lulas não é diferente dos demais peixes peixes.
Não se sabe ao certo o que está propiciando a alta reprodução das Lulas Humboldt, mas sabem do que elas se banqueteiam (quase tudo). Elas tendem a subir durante o dia, para pegarem o calor do sol, e à noite, descem para profundidades maiores. Abaixo, vemos um vídeo de dissecção do referido molusco.
Fonte: Scientific American

Ainda não foram documentadas exemplares com o tamanho colossal que o texto cita, porem isso não significa que elas não existem!
Somente encontraram marcas das ventosas destas em baleias cachalotes que possuiam mais de 12 cm, e como existe correlação positiva entre o diâmetro das ventosas e comprimento do referido leviatã, um dia encontraremos um desses!
(Bom, como estudante de Oceanografia eu adoraria estar presente nesse dia, ou não, sai fora…)
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15 metros é pouco pra você?
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Não é pouco não!
Existem exemplares maiores, só esperando para serem encontradas (ou de tocaia!)
Só que é algo, bom, abismante para mim, pensar que quando estudamos os cefalópodes a gente “brinca” com exemplares de 30 cm e essa gente lida com exemplares medidos em metros!
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