De certo você conhece cavalos-marinhos, aqueles peixes estranhos que parecem tudo, menos um peixe, além de ter cara de cavalo (daí o nome, caso não tenham percebido). Pois bem, os cavalos-marinhos e os seus primos chamados peixes-cachimbos pertencem ao grupo dos singnatídeos e são os únicos animais conhecidos em que o macho fica grávido e dá a luz, o que deve lhes conferir o título de bicho de estimação das feministas. Nestas circunstâncias incomuns de reprodução, no entanto, a próxima geração, muitas vezes não prosperar ou mesmo sobreviver. A Natureza nunca disse que era boazinha ou ética.
Um novo estudo dos peixes-cachimbo descobriu que o sexo pode ser determinado mediante a forma como eles tratam os seus filhotes em desenvolvimento. Segundo Kimberly Paczolt e seus colegas do Departamento de Biologia da Texas A&M University, o macho grávido possui o controle e escolhe quem sobreviverá durante a gestação. O artigo foi publicado na revista Nature.
Os pesquisadores descobriram que quando os machos eram mais relutantes em acasalar com uma fêmea, menos filhos saudáveis resultavam do acoplamento. A função masculina acaba sendo a de canalizar os nutrientes necessários para uma ninhada (que pode ser de cinco a 40 filhotes num prazo de 12 a 14 dias); dessa forma, a capacidade de prover alimento para a cria é um quesito importante na escolha das fêmeas por um macho saudável e pronto para suprir a ninhada de tudo o que ela necessitar. No entanto, se o macho perceber que os filhotes serão fracos ou doentes, ele mesmo os devora, demonstrando que infanticídio não é uma coisa só de seres humanos.
A Seleção Natural faz com que os filhotes mais adaptados, e com maiores condições de sobrevivência, sejam selecionados. Os fracos consumirão mais alimento a troco de nada. Assim, considerando que alguns deles não conseguirão sobreviver, papai sabe-tudo decide quem vira banquete e quem continuará a levar seus queridos genes egoístas.
Ainda não estão claras todas as minúcias do porque o peixe macho decide cuidar de ninhadas de forma diferente, mas os pesquisadores descobriram que os machos possuem uma forte preferência por fêmeas maiores. A nova descoberta acrescenta outra camada de intriga à rara inversão de papéis sexuais e as implicações que ela tem de vantagens evolutivas na seleção sexual e os conflitos que acarretam dela, e é muito mais complexa do que os pesquisadores imaginavam.
Abaixo, vemos um vídeo produzido pela Nature.

Muito interessante, os leões costumam matar os filhotes (dos outros) para acelerar o período de acasalamento das fêmeas que conquistaram. Seria interessante também saber como o filhote do cavalo-marinho é alimentado para saber o quanto os mais fracos podem interferir no alimento dos que são poupados, além da possibilidade de os mais fracos servirem de presas para os predadores (quem são os predadores?).
Obs: Estou sem alto-falante e sem fone de ouvido, por isso não ouvi o que é falado no vídeo.
No mais, parabéns!
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